O político de São Leopoldo acusado de estuprar as duas filhas se apresentou na tarde deste sábado (24) na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) do município, responsável por conduzir as investigações do caso. O suspeito chegou ao local às 14h58min e foi encaminhado para prestar depoimento. Ele foi ouvido por cerca de uma hora e meia. Após o fim do depoimento, o homem ficou detido, conforme informado à reportagem pela defesa dele.
GZH entrou em contato também com a Deam, que afirmou não divulgar informações sobre o caso para preservar as vítimas. A delegacia informou apenas que nesta tarde foi efetuada "a prisão de um homem investigado por crime sexual, em cumprimento de mandado preventivo", mas preferiu não confirmar se tratar do político.
Ele é investigado por suposto abuso sexual cometido contra as filhas, hoje com 12 e 16 anos. O primeiro estupro teria ocorrido há pelo menos três anos. O caso foi registrado na Polícia Civil na terça-feira (20), após denúncia feita pela companheira do político.
Em conversa com a filha mais velha, de 16 anos, ela teria descoberto que a adolescente havia sido estuprada pelo homem aos 13 anos. O episódio, segundo relatado a ela pela filha, repetiu-se outras vezes. Depois, a mais nova também teria confirmado ser vítima de abusos.
No depoimento prestado na tarde deste sábado, o suspeito se declarou inocente. O advogado do político disse estar "trabalhando para realizar a defesa do investigado, uma vez que (ele) pareceu bastante verdadeiro e seguro no seu depoimento". O responsável pela defesa afirmou que "tudo indica ser inverídica a acusação", salientando que o acusado se dispôs a comparecer à delegacia para os esclarecimentos.
Para preservar a imagem das crianças envolvidas no caso, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o nome do acusado e demais informações sobre o cargo político ocupado por ele não serão divulgados por GZH.
Exoneração
Após o caso vir a público, o homem foi exonerado de seu cargo na prefeitura de São Leopoldo. O desligamento ocorreu na manhã de quarta-feira (21).
Em nota, o município afirmou que, após tomar "ciência dos fatos", exonerou o servidor "apontado como autor de conduta pessoal criminosa totalmente reprovável e oposta ao posicionamento ético e às políticas públicas adotadas por este governo".
"Entendemos que tal ato deva ser imediatamente apurado pelas autoridades competentes. Informamos, ainda, que todos os órgãos da gestão que atuam nestes tipos de demandas sociais foram acionados para que forneçam os atendimentos e encaminhamentos adequados às possíveis vítimas", complementou o Executivo.