Dois homens apontados como responsáveis, no último mês, por pelo menos nove assaltos com emprego de arma de fogo, no bairro Santana, em Porto Alegre, foram presos nesta quarta-feira (5). Os crimes amedrontaram moradores, que pediram reforço no policiamento por parte da Brigada Militar.
A prisão foi realizada por policiais do 11º BPM, quando depararam com o Peugeot prata, que já havia sido relatado pelas vítimas como o usado nos roubos. Quando a guarnição tentou realizar a abordagem, os suspeitos fugiram, mas foram parados na Avenida Ipiranga, nas imediações do Jardim Botânico.
Durante a revista, foram apreendidos cinco celulares sem procedência, uma faca, um simulacro de arma de fogo e pequena quantia de dinheiro em espécie. A identidade dos presos não foi divulgada, mas trata-se de um homem de 29 anos, e outro de 28. A dupla foi levada à 15ª Delegacia de Polícia Civil.
— Sem sombra de dúvidas, nove das vítimas reconheceram os assaltantes — afirmou o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Fábio da Silva Schmitt, que reforçou a segurança no local onde os crimes aconteciam.
Segundo o oficial, o homem de 29 anos tem antecedentes por roubo a pedestres, furto, tráfico de drogas, crueldade contra animais, desobediência, posse de arma de fogo, roubo de veículo e posse de entorpecentes, além de já ter sido foragido da Justiça ao menos três vezes.
Já o suspeito de 28 anos, já respondeu por tráfico de entorpecentes, roubo a pedestre, receptação, posse de arma de fogo, roubo de veículo e homicídio doloso.
Os crimes
A maior parte dos assaltos se concentrou no arredores da Rua Domingos Crescêncio, bairro Santana, todos em plena luz do dia. Em um dos casos, as vítimas foram um homem de 33 anos que saiu para passear com a esposa, de 36, e a filha deles, uma bebê de um ano.
Enquanto caminhavam pela calçada, pouco depois das 18h, a menina parou para observar algo na grama. A mulher estava entretida com a filha, enquanto o marido permanecia um pouco mais afastado, atento ao que se passava ao redor. Foi naquele momento que os dois assaltantes surgiram, de armas em punho.
— Passa o celular e dinheiro, senão eu vou te matar — ameaçou um dos bandidos.
O morador conta que um dos assaltantes o revistou, enquanto sua esposa jogou o celular na grama e protegeu a bebê. O criminoso não se convenceu e tentou abrir o casaco do homem, mas o zíper travou, o que deixou o assaltante mais irritado.
— Tira esse casaco, seu... (xingou a vítima), que sei que tem alguma coisa — intimidou.
Quando conseguiu arrancar o casaco da vítima, o criminoso fugiu correndo, junto do comparsa.
— É como se estivesse saindo para uma guerra. Olha para todo lado, no sinal fica de olho, não consegue ficar com a nenê nem na área de fora do prédio. É muito tenso. Faz uns 10 dias. Não tem uma hora que não pense na situação — relata a vítima.
Produção: Leonardo Martins