Um homem de 37 anos foi preso temporariamente suspeito de envolvimento na morte do secretário de Saúde de Bom Progresso, Jarbas David Heinle, 44. O crime aconteceu na noite do último sábado (10), quando o político chegava em casa. Ele foi baleado e não resistiu.
O suspeito foi localizado na última quinta-feira (15) e levado ao Presídio Estadual de Três Passos. Ele é do município de Redentora, perto de Bom Progresso, também na região noroeste do Estado. O nome do preso não foi divulgado pela polícia.
Conforme a polícia, após o crime, equipes realizaram buscas nas proximidades da casa do secretário de Saúde, em busca do autor dos disparos e de vestígios sobre o crime. Um par de meias foi encontrado em uma plantação próxima. Ao longo da investigação, as equipes chegaram ao nome do suspeito — a polícia não divulgou detalhes sobre como isso aconteceu. Na casa dele, foi encontrado o outro par de meias. As peças serão encaminhadas à perícia.
De acordo com o delegado Marion Volino, o suspeito já cumpre pena na prisão por roubo. No entanto, na última semana, ele teria obtido direito a uma saída por sete dias. Agora, em razão do pedido de prisão temporária por este crime, ele retornou ao presídio. Em depoimento, o homem negou envolvimento no caso e afirmou que estava em casa no dia da morte.
O Instituto-Geral de Perícias analisa imagens de câmeras de segurança da casa do secretário, coletadas pela polícia.
Motivação
Sem detalhar a investigação, para evitar comprometer o trabalho, a polícia afirma que investiga a motivação para o assassinato de Heinle e também apura quantas pessoas estariam envolvidas no crime.
Em 2012, Heinle foi indiciado por suposto desvio de verba pública da prefeitura de Bom Progresso. Ele ocupava cargo de secretário na época. Ele foi denunciado depois, junto a um grupo de pessoas que faria parte do esquema. Heinle chegou a ser preso na época, durante a operação policial que investigava o caso, sendo liberado depois.
Conforme a Comarca de Três Passos, o processo segue tramitando, em primeira instância. A ação estaria em fase final de instrução — quando são juntadas provas e tomados depoimentos e interrogatório de envolvidos. Com a morte de Heinle, a parte do processo que diz respeito a ele será, naturalmente, extinta.
— É um processo que ele respondia e do qual temos conhecimento. Em princípio, a morte não teria ligação com esse processo. Mas estamos investigando a motivação para o assassinato e não descartamos nenhuma hipótese neste momento — afirma o delegado Volino.
De acordo com a advogada e esposa do secretário, Aline Stefanello Segnor, Heinle sempre negou envolvimento no suposto esquema. Para a família, a morte teria motivação política, em razão da popularidade do político na cidade.
— Foi um ataque político. Jarbas (Heinle) se sentia ameaçado por opositores, me falou muitas vezes que algo assim poderia acontecer. Há anos ele dizia se sentir ameaçado. Tinha muita popularidade, a paixão da vida dele era a política, tinha planos de governança, de gestão, era o que buscava o tempo todo. Para nós, não há dúvidas — afirmou Aline à reportagem de GZH, no início da semana.