A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha que roubava relógios de luxo de motoristas em bairros nobres de Porto Alegre. Desde 2021, foram registradas 50 ocorrências do tipo. Na última sexta-feira (1º), uma operação prendeu três homens na rodoviária da Capital, em flagrante. Um deles usava três dos relógios roubados nos pulsos, conforme detalhou o diretor da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre (DPRPA), delegado Cleber Lima.
— Tivemos a informação que eles iam embarcar para São Paulo. Na abordagem, o fato surpreendente é que um indivíduo tinha três relógios Rolex no pulso, um relógio de R$ 120 mil em média. Então é raro isso — comentou o delegado, que também ressaltou se tratar de um quadrilha que atua em todo o país.
Os suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada e seguem detidos no Rio Grande do Sul. Dois deles, de 21 e 28 anos, são de São Paulo, e o terceiro, de 19 anos, é da Bahia. Um quarto indivíduo, de 28 anos, teve a prisão temporária decretada em São Paulo. Eles foram reconhecidos pelas vítimas.
Oito relógios foram recuperados após a ação. Também foram apreendidas motocicletas e armas de fogo. A investigação, que durou um ano em conjunto com várias delegacias, constatou que o grupo costumava agir usando as motos, inclusive com bolsas de entregas de comida por aplicativo para disfarce.
—Geralmente eram de duas a três motos que verificavam que a vítima estava com esse relógio de alto valor. Eles abordavam, muitas vezes até no trânsito, e com o uso da arma de fogo exigiam a entrega — explica a diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegada Adriana da Costa.
O planejamento de cada abordagem ainda está sendo investigado pela polícia, assim como o destino dos relógios. A polícia chama a atenção que outros pertences de valor não interessavam os assaltantes.
Entre as vítimas está um desembargador do Tribunal de Justiça, que foi roubado na sexta-feira. Houve casos em que os bandidos chegaram a disparar em direção ao carro, como em uma tentativa de roubo ocorrida no dia 30 de junho, na Avenida Lucas de Oliveira.
A quadrilha atuava nos bairros Moinhos de Vento, Bela Vista, Três Figueiras, além das proximidades da Avenida Carlos Gomes e de escolas de alto poder aquisitivo.
—É importante que as vítimas façam o registro da ocorrência, até porque temos alguns relógios que não foram identificados — afirma a delegada Adriana da Costa.
Para devolução dos relógios, as vítimas podem buscar o DPM, que fica no Palácio da Polícia (Av. João Pessoa, n. 2050, bairro Azenha, em Porto Alegre). A Polícia Civil explica que é preciso apresentar o certificado que comprove a compra.