Uma das principais atrações turísticas do município de Pareci Novo, no Vale do Caí, foi alvo de vandalismo pela segunda vez no ano. A escultura, que retrata um homem pré-histórico, faz parte do projeto Caminhos da Vida e fica no Parque Municipal Júlio José Colling.
Moradores que passaram pelo local na manhã de domingo (19) verificaram que boa parte da obra estava caída no chão, tendo sido arrancada da estrutura que a mantinha de pé. Autoridades municipais foram chamadas.
Em fevereiro, uma outra escultura do projeto havia sido vandalizada, o que chamou a atenção do prefeito Alexandre Barth. Por se tratar de um município sem casos de violência e com cerca de 3,8 mil habitantes, da primeira vez a prefeitura acreditou que havia acontecido um acidente. Com o novo episódio quatro meses depois, o município decidiu pela compra de duas câmeras de segurança, que devem ser instaladas no parque ainda nesta semana.
— Na época, pensamos que alguém poderia ter derrubado por acidente, enquanto estava tirando fotos. Agora, vimos que se trata de uma questão de violência. Por isso, estamos instalando câmeras, para evitar que novos crimes ocorram — afirma o prefeito.
A ausência de câmeras de monitoramento torna mais difícil para a Polícia Civil identificar os responsáveis pelo crime. No início do ano, os vândalos não foram localizados e o caso foi arquivado. Agora, um novo inquérito foi instaurado, e o delegado regional de Montenegro, Marcelo Faria Pereira, conta com o apoio da população para concluir a investigação.
— Em casos como esse, é muito difícil trabalhar sem câmeras de segurança. Por isso estamos pedindo ajuda para a população — explica o delegado.
Moradores podem contribuir com informações que levem à identificação de suspeitos pelo telefone da delegacia: (51) 3633-9554.
Sobre as obras
O projeto Caminhos da Vida é um trabalho do artista local Carlos Rodrigo Azevedo. Com 12 esculturas esculpidas em pedras grês - similar ao granito -, a iniciativa retrata a evolução da espécie animal, até o surgimento da humanidade.
Segundo Azevedo, as obras foram um pedido da prefeitura para atrair mais pessoas ao parque. A atração foi inaugurada em 2017. O artista havia acabado de restaurar a outra escultura, que foi vandalizada em fevereiro. Além disso, teve que reparar outras duas obras que apresentavam pequenas marcas de degradação.
Frustrado, o escultor diz que pensou em desistir, mas decidiu restaurar a escultura com o próprio dinheiro. O processo deve levar cerca de 30 dias.
— Eu não entendo a raiva das pessoas que fazem isso. Me preocupa que essas pessoas podem voltar e fazer de novo — lamenta.
Além das 12 esculturas já existentes, o projeto prevê a construção de outras 11 peças.