O diretor-executivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jean Coelho, foi dispensado nesta terça-feira (31), conforme publicação assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, no Diário Oficial da União. Também foi dispensado o diretor de inteligência da corporação, Allan da Mota Rebello.
A dispensa ocorre uma semana depois da morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, asfixiado dentro de uma viatura da PRF em Sergipe. O homem foi amarrado e colocado no porta-malas do veículo, onde os agentes lançaram um gás.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, contudo, membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da própria PRF afirmam que as dispensas já estavam previstas — conforme a publicação, os pedidos de demissão chegaram à pasta em 17 de maio. Os dirigentes devem realizar um curso fora do país.
Os nomes dos substitutos dos dois diretores não foram confirmados.
Caso Genivaldo
Em nota, a PRF havia informado que, durante a abordagem da equipe, Genivaldo reagiu de forma agressiva e precisou ser contido com técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo. O órgão disse ainda que abriu procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos, que foram afastados.
Além da apuração aberta na esfera criminal, para acompanhar as investigações sobre a responsabilidade dos policiais pela morte de Genivaldo, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão abriu apuração no âmbito cível sobre "violações aos direitos dos cidadãos e, em especial, aos direitos das pessoas com deficiência". Segundo a família de Genivaldo, ele sofria de esquizofrenia e fazia uso de medicamentos havia 20 anos.