O homem de 26 anos preso em flagrante por suspeita de matar a namorada em uma rua de Santa Maria tentou forjar latrocínio (roubo com morte) para ocultar a autoria do crime, conforme a Polícia Civil. O investigado teria asfixiado e matado a jovem, no último dia 10, sendo preso no local logo depois. O nome dele não foi divulgado. O caso é investigado como feminicídio pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) do município.
No início da madrugada daquele domingo, Luanne Garcez da Silva, 27 anos, foi asfixiada em uma rua do município, no bairro Itararé, e não resistiu. Após a agressão, o namorado dela teria acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Brigada Militar também foi chamada depois.
De acordo com a delegada Elizabete Shimomura, responsável pela investigação, o relato de testemunhas do caso, ainda naquela noite, já indicavam que o homem teria tentado forjar um latrocínio. Imagens de câmeras de segurança, obtidas e analisadas pelas equipes, mostram o momento, segundo a polícia.
— Essas imagens mostram ele saindo do carro, com a bolsa dela, se distanciando dali e depois voltando sem o objeto. Mostram também que não tem nenhum terceiro indivíduo que poderia ter feito algum ataque. Esse material, entre outros, é suficiente para provar que foi dele a autoria. Também fica bem claro que ele tentou simular um latrocínio. Ele inclusive afirmou aos policiais que atenderam a ocorrência que indivíduos teriam tentado assaltar os dois, em um relato bastante sem nexo — afirma a delegada.
Segundo a polícia, o homem afirmou que era namorado da vítima e teria relatado diferentes versões dos fatos aos PMs, ainda no local do crime. Depois, ao ser encaminhado à delegacia, ele confessou informalmente que matou a mulher, segundo a delegada.
— Ele teve duas oportunidades de ser ouvido. A primeira foi naquele dia (do crime) e a segunda foi quando fomos até ele, já no presídio. Nos dois momentos, ele confessa que a matou, informalmente. Mas quando iniciamos o depoimento formal, afirma que não quer se manifestar. Ainda precisamos fazer algumas diligências, mas não há dúvida quanto a autoria do crime.
Segundo a delegada, o prazo para conclusão do inquérito foi ampliado e a previsão é de que seja concluído nos próximos dias. Familiares da vítima e do homem foram ouvidos pelas equipes, que também solicitaram a quebra do sigilo dos telefones de dois. Os aparelhos serão enviados a perícia.
Casal estava junto desde janeiro
Conforme familiares de Luanne, o casal estava junto desde janeiro e havia noivado em março. Segundo o relato, a jovem estava feliz, cursava faculdade de Pedagogia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e tinha o objetivo de se tornar professora e trabalhar com crianças.
A família afirma que a jovem era discreta e não havia relatado, até então, violência por parte do namorado — também não há registros por parte dela contra o homem na polícia. Há alguns relatos, no entanto, de que ele seria bastante ciumento com Luanne, segundo a Polícia Civil.
— Ele afirmou informalmente, no dia do crime, que desconfiava que estava sendo traído. Temos provas de que ele teve alguns episódios de demonstrar muito ciúme. A ação dele é inexplicável. Ele praticou o crime de forma consciente.
Um carro, que seria da jovem, foi encontrado no local e recolhido pelas equipes.
Contraponto
GZH tenta contato com o responsável pela defesa do preso.