A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (24) a Operação Au92, que trabalha no âmbito de desarticular uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de ouro e de urânio. Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva e medidas cautelares contra os negociadores e compradores do minério. As buscas e apreensões foram realizadas nas cidades de Macapá (AP), Ananindeua (PA), Rio de Janeiro, São Paulo, Natal (RN) e Palmas (TO).
A investigação apontou que, em apenas um dos negócios realizados pela organização, o valor ultrapassaria a casa dos R$ 115 milhões. Em alguns casos, foi constatado que os produtos tinham como destino final países europeus.
As investigações começaram após os agentes terem acesso a documentos que comprovariam a atuação de uma organização criminosa especializada no comércio transnacional de minério de ouro e urânio no Estado do Amapá.
Dentre as ações do grupo, estavam a falsificação de documentos para regularizar os minerais e assim praticar o comércio a partir do Amapá com outros Estados ao longo do território nacional. Os envolvidos podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, usurpação de matéria-prima da União e extração ilegal de minério.
Parte do ouro era extraído na Guiana Francesa e Suriname e refinado no distrito do Lourenço, no Amapá, sendo depois armazenado em Macapá e em Porto Grande. A extração do ouro também ocorria na Venezuela e era comercializada em Boa Vista (RR).