A Polícia Civil realiza nesta quinta-feira (20) operação para combater uma facção criminosa suspeita de praticar tortura e violência para eliminar membros de organizações rivais no bairro Rubem Berta, Zona Norte de Porto Alegre.
A Operação Guilhotina foi desencadeada a partir da morte de um jovem de 22 anos, em Alvorada, ocorrida em 17 de novembro do ano passado. O corpo da vítima, identificada como David Tomaz Pinheiro foi encontrado decapitado e com marcas de agressão na localidade conhecida como Sítio dos Açudes. A perícia apontou que a decapitação ocorreu enquanto ele ainda estava vivo.
Segundo as investigações, o indivíduo, que morava na cidade da Região Metropolitana, foi visto na área controlada pelos alvos da operação. Ainda conforme os policiais, ele procurava um novo lugar para se instalar após ter sido expulso da outra comunidade.
Um dos gerentes da organização teria identificado o homem e informou aos comparsas a sua ligação com a facção rival. Após a execução, os investigados teriam jogado o corpo em uma estrada próxima à vila onde a vítima residia anteriormente.
Segundo o delegado Edimar Machado de Souza, titular da Delegacia Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Alvorada, os investigados torturavam pessoas que chegavam à comunidade causando perturbação aos moradores. Os agentes buscam descobrir se outros homicídios foram praticados pelo grupo.
– Até agora, não temos conhecimento de nenhum outro caso como esse. O que sabemos é que este grupo praticava tortura e expulsava pessoas que praticavam furtos ou incomodavam de certa forma os membros dessa comunidade – afirma.
Durante a ação deflagrada nessa quinta-feira, estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Até as 9h, quatro pessoas haviam sido presas e outras estavam foragidas.
Conforme o delegado, os dois principais alvos e líderes da organização ainda não foram localizados. Os demais são suspeitos de auxiliarem na execução.
A organização era ligada ao tráfico de drogas, com atuação em toda a Região Metropolitana. Apesar disso, eles alegam que não vendiam a mercadoria dentro da comunidade.
Primeira decapitação em quatro anos em Alvorada
O delegado ainda afirma que a decapitação não tem sido uma prática comum no crime organizado da Região Metropolitana. Os casos eram frequentes durante os anos de 2015 e 2016. No entanto, essa forma de execução não era registrada em Alvorada desde 2017. Ele acredita que até o momento se trata de um caso isolado e que não há nenhuma tendência de aumento no número de pessoas decapitadas.