Agredido com socos e pontapés no final da tarde de sábado (2), em frente a uma casa de carnes em Alvorada, na Região Metropolitana, um vendedor ambulante não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. Com traumatismo craniano, Wagner de Oliveira Lovato, 40 anos, chegou a ser transferido para o Hospital Cristo Redentor, na Capital, mas morreu na noite deste domingo (4).
A Polícia Civil já começou a apurar o caso, porém deverá avançar mais a partir desta segunda-feira (4), quando serão analisadas as imagens das câmeras do açougue, localizado na Avenida Getúlio Vargas, no centro do município. Dois suspeitos foram presos no local. Segundo a polícia, um é funcionário da casa de carnes, mas estava de folga. O outro seria um amigo dele.
— O que apuramos até agora é que tudo começou a partir de uma discussão banal. A vítima teria entrado no açougue, olhado as carnes e saído sem comprar nada. Esse funcionário de folga, que disse ter voltado ao local para buscar uma chave, foi atrás e questionou Wagner sobre o motivo. Aí, começou a discussão — conta o delegado Edimar Machado de Souza.
Outros funcionários do açougue confirmaram a versão de que o homem, que se apresentou como um dos gerentes, estava de folga. A versão, entretanto, ainda precisa ser verificada, de acordo com o delegado. Nenhum dos envolvidos — vítima ou agressores — tinha antecedentes criminais. A versão que a Polícia Civil tem até agora dá conta de que a confusão começou fora do estabelecimento.
Segundo uma prima de Wagner, ele teria reclamado do preço das carnes, e o atrito já teria começado dentro do comércio.
— Ele entrou no estabelecimento e fez uma reclamação fútil sobre os valores, mas nada para ofender e começar uma briga. O que pessoas nos contaram foi que um funcionário não gostou e o retirou do local. Ali fora a discussão aumentou, e o Wagner levou a primeira agressão. Na primeira, ele já caiu inconsciente no chão, não se defendeu nem nada — relata Taiamanda Lovato.
Populares chamaram a Brigada Militar logo após a agressão. Os PMs localizaram os dois suspeitos, um deles dentro do estabelecimento — o relato dos PMs no boletim de ocorrência dá conta de que havia sinais claros de que eles tinham ingerido bebida alcoólica.
Wagner era casado e deixa três filhos, uma jovem de 22 anos e dois meninos, de quatro anos e de dois meses. Dono de uma agropecuária, ele viu o negócio minguar em função da crise gerada pela pandemia e teve de fechar as portas. Nos últimos meses, trabalhava vendendo salgados na avenida principal de Alvorada. No momento do crime, já havia vendido a produção do dia e se encaminhava para casa, próxima do açougue.
Até a noite deste domingo, a família ainda aguardava a liberação do corpo no Departamento Médico Legal para encaminhar os atos fúnebres, ainda sem horário e local definidos.