A Brigada Militar (BM) pretende iniciar em 2021 a troca de calibre das pistolas, migrando da .40 para 9mm. A corporação busca adquirir 4 mil armas do novo padrão por meio de uma ata de registros de preço do governo federal.
No início deste ano, a BM formalizou a compra a última leva de pistolas .40. Até o final de maio, devem chegar 860 unidades da marca austríaca Glock, que serão distribuídas pelos seis batalhões de Choque do RS, padronizando o armamento nesses quartéis. O investimento é de R$ 2,4 milhões.
Ao aprovar a pistola Glock em testes no Centro de Material Bélico da BM no final de outubro — após a polêmica de um vídeo divulgado com avaliação da arma sem as travas de segurança —, a BM pretendia adquirir 2 mil unidades, mas acabou acertando a compra de menos da metade do que havia previsto (860).
A decisão de comprar uma quantidade de armas menor do que o previsto ocorreu por dois motivos: o recurso disponível ficou aquém do esperado e, sob o comando-geral do coronel Rodrigo Mohr, a BM pretende iniciar a transição para pistolas 9mm, já usadas por Polícia Federal e Exército.
Na ata de registros de preços do governo federal, a arma da italiana Beretta foi a vencedora. O valor total do investimento do governo gaúcho dependerá da variação cambial do euro no momento da compra.
— Fizemos parte dessa ata e vamos seguir a tendência mundial que é trocar para 9mm. O governo está verificando junto a SSP (Secretaria da Segurança Pública) o recurso financeiro para essa compra. Se tudo ocorrer dentro dos prazos, até setembro ou outubro teremos essa quantidade — afirma o diretor Departamento de Logística e Patrimônio da BM, tenente-coronel Cesar Adriano Patrício.
Na sua avaliação, a pistola 9mm é uma arma mais precisa, que demanda menos treinamento da tropa e oferece vantagens referentes à quantidade de insumos. Assim que chegarem as 9mm, a BM pretende priorizar o repasse aos comandos regionais onde for possível distribuir a nova pistola a todo efetivo local.
— O policial precisa ter tranquilidade na hora do serviço e, para isso, todos devem ter a mesma arma. Se houver situação de confronto em que a munição de um acaba, um poderá passar para o outro. Nossa ideia é, em cinco anos, fazer a substituição a todo efetivo da BM — diz Patrício.