O governo do Rio Grande do Sul deve iniciar um sistema de teleatendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para dar suporte a presos que precisarem de avaliação médica durante o período de pandemia do cornavírus. A ferramenta se tornou possível após uma cooperação técnica entre as secretarias da Saúde (SES) e da Administração Penitenciária (Seapen) do RS.
Durante a transmissão online desta segunda-feira (3), o governador Eduardo Leite falou sobre a ferramenta. Conforme Leite, entre as vantagens do modelo está a qualificação do atendimento médico para as pessoas encarceradas, além de se evitar deslocamentos desnecessários de apenados para fora dos presídios. A medida também gera economia de recursos públicos.
— Esse tema dos presídios é importante porque, se não forem ofertadas condições sanitárias adequadas nas cadeias, pode haver a demanda por soltura de presos e o governo do Estado não determina essa soltura. Pelo contrário, nós estamos trabalhando para garantir essas condições dentro dos presídios justamente para que não se solte presos no RS — afirmou.
Segundo Leite, evitar a soltura de apenados é importante para "manter em queda os índices de criminalidade" no Estado.
Conforme a Seapen, os servidores técnicos da área da saúde da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) poderão realizar chamadas de vídeo aos médicos reguladores do Samu, em caso de emergência médica. Conforme cada caso, os técnicos na Central Estadual de Regulação irão orientar a melhor conduta a ser realizada e, se necessário, enviarão a ambulância. Este processo será realizado sem o intermédio da tradicional chamada ao 192.
— O atendimento por videochamada é mais direto e mais eficiente, pois o profissional de saúde estará enxergando exatamente o que está acontecendo com o paciente — defendeu o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.
De acordo com o governo, o projeto será implementado, em um primeiro momento, em apenas uma instituição, a ser definida na próxima semana, mas a proposta é expandir para todos os presídios sob gestão do Executivo estadual em um curto prazo. A proposta também inclui uma capacitação dos servidores técnicos da área da saúde da Susepe para a utilização da nova tecnologia.