A Polícia Civil já ouviu mais de 30 testemunhas no inquérito que apura a morte de William Augusto da Silva, de 20 anos, e o sequestrou de um ônibus. Ele foi morto na terça-feira (20) por atiradores de elite do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), após sequestrar um ônibus e manter 39 pessoas reféns por três horas e meia, na Ponte Rio-Niterói. O inquérito foi instaurado no dia do crime, e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) já ouviu os reféns e parentes do jovem.
— A DHC realizou perícia no local e o corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de necrópsia. A arma que ele usava, aparentemente de brinquedo, também será periciada, assim como um teaser (equipamento de choque) e outros objetos encontrados com William — informou a Polícia Civil.
A investigação vai apurar também se houve a participação de outras pessoas no sequestro.
O corpo de William foi liberado pelo Instituto Médico Legal pouco depois do meio dia desta quarta (21). A família não divulgou o local do velório e do enterro.
A Secretaria Estadual de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência esteve no IML para garantir a gratuidade do enterro, conforme anunciado pelo governo, porém a família negou o auxílio. Segundo a secretaria, a avó de William tinha um plano funerário e a família optou por utilizá-lo.
Sequestro
Por volta das 6h de terça, William obrigou o motorista a atravessar o coletivo na pista, na altura do vão central da Ponte Rio-Niterói. O ônibus faz a linha 2520, do Jardim Alcântara, em São Gonçalo, até o Estácio, no centro do Rio. Willian foi morto por atiradores de elite por volta de 9h.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que a operação foi um "sucesso" e que os atiradores serão promovidos e condecorados "por bravura". Segundo a perícia, o corpo de William apresentou seis ferimentos a bala. Ele chegou a ser levado ao Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos.