A Polícia Civil trabalha com a hipótese de legítima defesa no caso do policial militar (PM) esfaqueado que baleou um jovem em Santiago no final de semana. Jean Francisco dos Santos, 29 anos, não resistiu ao ferimento e morreu em atendimento no Hospital de Santiago.
Conforme o Delegado Responsável pelo caso, Guilherme Milan Antunes, o policial militar que atua em Porto Alegre estava de folga no Centro do Estado. Na madrugada do último domingo (7), ele estava em uma boate, com a irmã e o cunhado, quando um grupo — onde estava Jean — começou a mexer com a irmã do PM. Na boate, o desentendimento logo se encerrou.
Por volta das 6h, o carro que o policial conduzia e o carro onde estava Jean pararam, no centro da cidade, cerca de três quilômetros depois da boate. O policial, a irmã e o cunhado desceram de um dos veículos, enquanto outro desceram Jean, um adolescente, o motorista e mais uma pessoa.
O policial teria começado uma discussão que evoluiu para uma briga com Jean. Naquele momento, o adolescente teria ido até o carro para pegar uma faca e entregar a Jean. Ele desferiu dois golpes no policial, nas costas e no abdômen. Em resposta, o PM atirou três vezes, acertando um tiro no peito de Jean.
Em seguida, o policial voltou para o carro e dirigiu em direção ao hospital da cidade, em busca de atendimento médico. Jean correu, por cerca de 20 metros, e caiu, sendo socorrido pelo adolescente e mais um amigo. O motorista do carro onde ele estava voltou para o veículo e fugiu.
Jean foi socorrido e encaminhado para atendimento médico, mas não resistiu ao ferimento. O adolescente que entregou a faca para ele foi apreendido.
De acordo com o delegado, o adolescente foi encaminhado para o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Santo Ângelo. Outros três homens que estavam no mesmo carro que Jean foram identificados e ouvidos. O motorista ainda não prestou depoimento.
O brigadiano e a irmã dele serão ouvidos nesta terça-feira (9). A Polícia deve seguir com o trabalho de investigação depois desses depoimentos.