O médico acusado de abusar sexualmente de uma paciente grávida na UPA do bairro Scharlau, em São Leopoldo, em abril do ano passado, foi condenado a nove anos de reclusão em regime inicial fechado. Valmir Venâncio da Silva foi sentenciado pelo crime de violação sexual mediante fraude — com os agravantes de a vítima ser mulher grávida e abuso de poder inerente da profissão. Ele também não poderá recorrer em liberdade.
Segundo investigação da Polícia Civil na época, o médico estava atendendo no plantão da UPA quando a paciente, grávida de 15 semanas, procurou ajuda por conta de uma dor de estômago. No consultório, ele pediu para a mulher tirar toda a roupa e tocou na genitália, que denunciou o fato e chamou a Brigada Militar.
Silva foi levado a uma delegacia da Polícia Civil, onde prestou depoimento e negou os fatos, dizendo que eram "procedimentos normais da medicina". Ele acabou tendo a prisão convertida para preventiva e foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público.
Além da condenação à prisão, o juiz ainda determinou uma indenização de R$ 15 mil para reparação de danos sofridos pela vítima.
Esse não é o único processo por crime sexual que o médico responde. Ele ainda é réu em Caxias do Sul: quatro pacientes de uma Unidade Básica de Saúde, onde ele trabalhava em 2016, alegam que ele mandou elas tirarem a roupa durante o atendimento. Ele chegou a ser demitido em Caxias do Sul, onde era plantonista.
O advogado Amadeu de Almeida Weinmann, que defendeu o médico, disse que não vai se manifestar pois o processo está em segredo de justiça.