A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, junto com a polícia paraguaia, prendeu no final da noite de quinta-feira (23), em Ciudad del Este, Anderson Ferreira Goularte, 37 anos, apontado como líder da maior facção criminosa que atua no sul do Estado e que estava foragido desde 2016.
Na ocasião, ele teria coordenado a própria fuga e a de mais cinco detentos, quando um caminhão derrubou o muro do presídio de Pelotas. Segundo a polícia, Goularte também teria ordenado, do Paraguai, um triplo homicídio ocorrido no último Dia das Mães no município gaúcho.
O delegado regional de Pelotas, Márcio Steffens, diz que desde domingo um delegado e mais cinco agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da cidade estavam no país vizinho. Após investigação de vários meses, eles conseguiram localizar e prender o foragido, que não resistiu à prisão.
— Mesmo de lá (do Paraguai), ele comandava o tráfico, as execuções e os demais crimes na região aqui de Pelotas — diz Steffens.
Um dos crimes teria sido o triplo homicídio ocorrido neste mês. Duas mulheres e um homem foram executados, e o motivo seria passional.
De acordo com Steffens, as vítimas eram ex-cunhados de Goularte, sem antecedentes criminais, e teriam desavenças com ele. Os três foram mortos quando chegavam na casa de um parente para a comemoração do Dia das Mães.
A polícia diz que o preso tem vários antecedentes por latrocínio, homicídios e tráfico de drogas. Em um dos casos, foi condenado a 54 anos, três meses e três dias de prisão. Além disso, ele é investigado por dezenas de homicídios - teria participado ou dado ordens.
Goularte será transferido nesta sexta-feira (24) para o Rio Grande do Sul. Os outros cinco comparsas que fugiram com ele do presídio de Pelotas, em agosto de 2016, já haviam sido recapturados e estão na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).