A terça-feira (2) começou com moradores da Restinga, na zona sul de Porto Alegre, tentando retomar a normalidade. Na segunda-feira (1º), escolas e postos de saúde do bairro fecharam devido a sucessivos tiroteios. Desde as primeiras horas desta manhã, viaturas da Brigada Militar estão no entorno de escolas para garantir a entrada dos alunos — a presença de estudantes, no entanto, ainda é menor do que o normal.
Vice-diretora do Colégio Estadual Ildo Meneghetti, Carla Santos afirma que os relatos de alunos, professores e funcionários que moram nos pontos onde ocorrem os confrontos geram medo. Mas ela acrescenta que o reforço do policiamento por parte da BM possibilita o retorno das atividades suspensas no dia anterior aos 1,4 mil alunos:
— Hoje (terça-feira), vamos ter atendimento normal nos três turnos. Os alunos vão, aos poucos, retornando, mas não na mesma quantidade do que de costume.
Na Escola Estadual de Ensino Médio José do Patrocínio, que também fechou na segunda-feira, o clima era de normalidade no início da terça. Vans escolares e ônibus deixavam alunos por volta das 7h.
A Unidade Básica de Saúde Restinga, na Rua Abolição, ao lado da escola José do Patrocínio, permanecia fechada no começo da manhã. A Guarda Municipal estava presente, mas os funcionários do posto não apareceram.
A dona de casa Natalia Silveira do Nascimento, 55 anos, encontrou as portas fechadas. É o segundo dia que ela não consegue atendimento:
— Precisava trazer meus exames e pegar encaminhamento para um médico (especialista).
GaúchaZH procurou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde e aguarda um posicionamento.
A 16º Delegacia da Polícia Civil investiga os conflitos no bairro.
— A princípio, a motivação é uma disputa de grupos rivais que comercializam drogas. Desde o dia 24, essa disputa se acirrou. Tivemos disparos em via pública. A partir disso, instauramos um inquérito para apurar. Na semana seguinte, ocorreram três homicídios. E ocorreu outro homicídio neste fim de semana — relata o delegado Silvio Huppes.