Após uma série de reuniões em Brasília, a prefeitura de Charqueadas, na Região Carbonífera, torce por uma resposta positiva do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para que saia do papel o presídio federal anunciado para o município.
Após reunião no Ministério da Casa Civil, nesta quarta-feira (24), o vice-prefeito de Charqueadas, Edilon Lopes, prometeu enviar a Moro, dentro de uma semana, um relatório detalhando os investimentos já realizados pelo município para a construção do presídio e os prejuízos que serão percebidos caso o governo federal desista do projeto.
No documento, a prefeitura de Charqueadas vai apontar, entre outros custos, os R$ 500 mil usados para desapropriar um terreno de 13 hectares e a doação de outro espaço de 12 hectares, ambos às margens da RS-401.
O documento também apontará os benefícios esperados pelo município com a instalação da cadeia federal — que incluem o aquecimento dos setores de construção civil e de serviços para atender aos novos funcionários federais e aos visitantes.
Nesta quarta-feira (24), a comitiva de Charqueadas esteve no ministério da Casa Civil buscando apoio político para a causa. Na segunda-feira (22), o vice-prefeito tratou do tema com o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon, que intermedeia as pretensões do município junto a Moro.
Conforme Lopes, o diretor do Depen indicou que a atual gestão do governo federal não tem pretensões de ampliar o número de presídios federais, mas poderia abrir uma exceção para o caso de Charqueadas, onde os investimentos iniciais já foram feitos. O Depen foi procurado por GaúchaZH, mas decidiu não se manifestar sobre o tema.
— O diretor geral do Depen assumiu um compromisso de apresentar o tema ao ministro Moro, e entende que se justifica a construção da penitenciária. Esperamos que ele (Moro) se sensibilize pela nossa situação — disse o vice-prefeito.
A construção do primeiro presídio federal no Rio Grande do Sul foi anunciada em 2017, ainda no governo de Michel Temer. A previsão é que a casa prisional disponibilize 208 celas individuais e necessite da atuação de 250 agentes federais, além de 70 servidores para atuar em áreas de alimentação e lavanderia.
O Depen, no entanto, terá de lançar outra licitação para a obra caso decida levar o projeto adiante, uma vez que as duas empresas que venceram a primeira disputa desistiram do processo.