O delegado Giniton Lages, chefe da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, disse nesta terça-feira (12) que a Polícia Civil vai investigar a possível existência de um terceiro envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março do ano passado. Segundo ele, um homem estava no banco do motorista e outro sentado atrás e não há, por enquanto, informações sobre um terceiro integrante, o que será apurado durante a segunda fase da investigação.
Nesta terça-feira (12) foram presos Ronnie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, denunciados por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, uma das assessoras de Marielle que também estava no carro emboscada.
— Estamos caminhando para a confirmação de um motorista e um passageiro no banco de trás do automóvel — afirmou. — O fato é que os dois estão presos. Se o terceiro está no banco do carona ou não, a segunda fase cuidará dele.
De acordo com o delegado, Lessa, sargento reformado da Polícia Militar, chegou a usar informações sobre Marielle que constavam apenas em um portal de acesso restrito a agentes de segurança. Além de ser policial reformado, ele atuou na Polícia Civil e foi treinado no Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Testemunhas do crime disseram à polícia que o atirador usava uma touca ninja no momento dos disparos, o que dificultou a investigação, uma vez que não seria possível o reconhecimento ou a identificação dele em câmeras. Por enquanto, a polícia trabalha com dois suspeitos envolvidos diretamente no crime.
Os policiais também investigaram se Lessa sofreu uma tentativa de queima de arquivo no mês seguinte ao crime. O policial reformado foi baleado, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese de tentativa de roubo.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a polícia localizou um paiol em um dos endereços, com grande quantidade de fuzis novos. As armas devem ser apresentadas pelos agentes ainda hoje.