A Brigada Militar (BM) recebeu a doação de 1,2 mil armas na manhã desta segunda-feira (10). São pistolas .40 que vieram da Áustria e custaram US$ 594 mil (o equivalente a R$ 2,3 milhões), segundo Leonardo Fração, presidente do Instituto Cultural Floresta (ICF), entidade que fez a doação.
Conforme o comandante da BM, Mario Ikeda, o armamento será distribuído aos três Batalhões de Operações Especiais ( BOE) - Porto Alegre, Santa Maria e Passo Fundo - e aos Pelotões de Operações Especiais (POE) da Região Metropolitana e para Caxias do Sul, na Serra.
— São os locais onde têm mais confrontos — salientou Ikeda, que classificou a doação como um fato "extremamente marcante".
— Concretizamos mais um sonho — disse.
A entrega das armas se soma aos R$ 14 milhões já doados pelo instituto, formado por um grupo de 50 empresários. Além das pistolas, já foram entregues veículos blindados, coletes a prova de balas e fuzis.
Para o titular da Secretaria da Segurança Pública, Cezar Schirmer, a doação mostra a união do poder público com a iniciativa privada. Por outro lado, o político criticou a burocracia existente no setor público. Citou a demora para aprovação do projeto de um presídio em Alegrete, na Campanha.
— Há um ano concluímos a licitação para a construção do presídio em Alegrete. Só um ano depois conseguimos dar a ordem de serviço para a obra. É o absurdo do absurdo. Essa é realidade do estado brasileiro — salientou Schirmer.
Da compra das armas até a chegada em Porto Alegre, passaram-se quase um ano. O diretor de operações do Instituto Floresta, Carlos Eduardo Vianna, explica que foram necessárias seis autorizações de três órgãos diferentes - Receita Federal, Exército e Secretaria Estadual da Fazenda. Só para uma licença, o instituto teve que aguardar seis meses.
— Importante ressaltar que tempo de produção foi rápido. O que demorou foi esse processo burocrático — observa Vianna.
As novas pistolas são de uma fabricante diferente das utilizadas pela Brigada Militar. Após a cerimônia, o presidente do instituto as comparou como Ferrari - marca italiana de carros de luxo - enquanto as antigas foram chamadas de Volkswagen Passat, um veículo popular.
— Os dois carros fazem o mesmo deslocamento, mas com performances diferentes.
O chefe do Estado-maior da Brigada Militar, coronel Julio Cesar Rocha, salienta que o armamento é mais durável e seguro por possuir mais travas de segurança - o que evita um disparo acidental. Além disso, é mais leve. São 645 gramas contra 900 gramas das convencionais.