O delegado Paulo César Jardim, que investiga o caso de uma jovem de 19 anos que teve o corpo marcado com um canivete na Cidade Baixa, em Porto Alegre, afirmou na tarde desta quarta-feira (10) que não se trata de uma suástica, símbolo nazista. Com base em uma fotografia da lesão, o policial entende que se trata de símbolo budista.
— Não é um suástica. Tenho absoluta convicção. O que temos é um símbolo milenar religioso budista. Símbolo de amor, paz e harmonia — disse o delegado, em entrevista ao programa Gaúcha+.
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Ainda conforme o delegado, a jovem vítima da agressão deve ser ouvida ainda durante a tarde. A vítima contou aos policiais que portava um objeto de plástico com o símbolo LGBT+ e o termo "EleNão" — movimento contrário à eleição de Jair Bolsonaro (PSL) — na mochila . Jardim, considerado especialista na investigação de casos de neonazismo, afirmou que ainda não viu pessoalmente a lesão no corpo da jovem.
— Sou especialista nesta área. O movimento neonazista, quando iniciou, pegaram um símbolo budista e inverteram ele. O que temos aí é o símbolo budista — afirmou.
Questionado se haveria sentido em agredir alguém para marcar um símbolo de amor em seu corpo, o delegado argumentou que não pode descartar nenhuma hipótese.
— Até o presente momento estou trabalhando o que eu tenho. Não posso imaginar. O que eu tenho? A moça teria sido agredida por três pessoas — argumentou.
Anteriormente, em entrevista a GaúchaZH, Jardim havia afirmado que o autor das agressões poderia não ter conhecimento sobre o símbolo nazista:
— Me chama a atenção que o desenho é semelhante a uma suástica, mas não está correto. Está ao contrário. Quem fez aquilo ali não sabia o que era uma suástica — disse.
Jardim relatou ainda que os policiais estão em busca de imagens de câmeras de segurança e de possíveis testemunhas.
Procurado, o chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt, disse que a orientação é "de que se trata de uma lesão, é uma circunstância grave que deve, merece e precisa ser apurada".