Segurança

Nova vida

Apenados aprendem a montar próprio negócio em projeto no RS

Alunos são acompanhados por três meses e têm noções de administração, contabilidade e vendas

Lauro Alves / Agencia RBS
Curso ocorre na Fundação Patronato Lima Drummond

Para enfrentar o desafio de empreender, apenados participantes do Ressocializa, projeto desenvolvido na Fundação Patronato Lima Drummond, na Capital, passam por curso no qual aprendem noções de administração, contabilidade e marketing. A complexidade dos temas é minimizada com apresentação em linguagem informal. 

 — A gente usa termos que são mais factíveis para eles compreenderem, como custo é tudo que a gente gasta, lucro é tudo que a gente ganha, fora as contas que a gente paga. A linguagem é bem direta — explica o professor Matheus Rosário. 

A primeira semana do curso é intensa, com encontros diários. Os alunos discutem ideias e passos até a futura empresa, fazem pesquisa de mercado para verificar oferta do produto ou serviço em determinada região e avaliam o valor a aplicar. 

Para fixar o preço, leva-se em conta a necessidade de aluguel de um ponto fixo ou a possibilidade de usar algum espaço em casa. Também são consideradas maneiras de divulgar o negócio. O projeto inclui ainda simulação de cenários pessimista, otimista e realista para o empreendimento. Ao final da primeira semana, há avaliação de custos, lucro e faturamento.


Engajamento na busca por lugar na sociedade

Depois, há mais dois encontros para fechar o plano de ação antes de a empresa abrir as portas. Entre as duas datas, os apenados são orientados a usar os sete dias por mês de liberação da fundação, aos quais têm direito por bom comportamento, para planejar o negócio in loco. Eles recebem ainda auxílio do professor via internet. No total, o acompanhamento do Ressocializa dura 90 dias.

O projeto reúne hoje 11 apenados. Apesar do número reduzido, o professor destaca o empenho dos envolvidos:— O engajamento é bem visível, de como eles entram no começo do curso e como saem. Conseguem enxergar não só uma esperança, mas também uma nova fonte de trabalho, de se recolocar na sociedade e no mercado de trabalho, que é uma dificuldade que se tem.Os participantes recebem certificado de 30 horas, que serve para remissão de pena.

Trabalho e estudo nas prisões

  • 2,2 mil detentos do Estado estudam
  • 11.907 presos trabalham, sendo 10.330 homens e 1.577 mulheres Fonte: Susepe


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