Três policiais civis foram presos nesta quarta-feira (1º) na Região Metropolitana, por suspeita de envolvimento com tráfico de drogas. A Polícia Civil, em operação realizada pela Corregedoria-Geral, por meio da Delegacia de Feitos Especiais, cumpriu nove mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e um de prisão temporária. Dois agentes foram detidos em Porto Alegre e um em Canoas. Foram cumpridas ordens judiciais também em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste. A suspeita de envolvimento dos policiais tem origem em uma investigação do Ministério Público (MP) que desarticulou, neste ano, um esquema de tele-entrega de cocaína em Porto Alegre.
A Operação Patrinus, como foi chamada, apura o envolvimento de servidores com um grupo organizado que atua no tráfico de drogas. Dois dos servidores exerciam suas funções na 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (DIN) e o terceiro trabalhava na 3ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. Eles são investigados por corrupção, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Além da prisão, eles tiveram suspenso judicialmente o exercício da função pública. Foram presos preventivamente Renato Almeida Bejoso, do Denarc, e Claudinei Alvarez da Silva Nunes, da 3ª DP, e temporariamente, Adalberto Azambuja Flores, do Denarc. Até o fechamento dessa reportagem, GaúchaZH não encontrou os advogados dos presos.
- O trabalho da Corregedoria não é um trabalho fácil, mas tem que ser feito. É duro para nós, para a Polícia, mas demonstra a intenção de combater com bastante rigor os desvios que acontecem também com os nossos servidores. A curto, médio e longo prazo isso vai trazer mais confiança da população - sustenta o corregedor-geral da PC, delegado Marcos Meirelles.
A investigação começou no fim de abril. As suspeitas são de recebimento de propina pelos policiais para fazerem "vistas grossas" para o tráfico de drogas em algumas regiões de Porto Alegre e Grande Porto Alegre. Também há suspeita de desvio de drogas apreendidas pela Polícia Civil.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos investigados e de parentes e nas delegacias onde eles trabalhavam. Foram apreendidas armas que não são usadas pela PC, drogas, documentos, computadores e celulares.
Os policiais foram levados para o Grupo de Operações Especiais da PC.
Operação Patrinus
Em latim, patrinus significa padrinho (protetor, defensor). Este termo era usado pelo líder da organização criminosa para se referir a um dos policiais investigados.