Pouco mais de três meses após os assassinatos dos motociclistas Carlos Henrique Hoppen, 22 anos, e Alexandre Cristiano Soder, 28, a Justiça aguarda a realização de perícia balística para interrogar os réus. Na última quarta-feira (18), uma das vítimas que escapou do crime reconheceu os acusados durante audiência de instrução do caso. Também foram ouvidas testemunhas de defesa, que falaram sobre a conduta dos réus.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Carlos Eduardo Martins e Wuslei da Costa são responsáveis pelas mortes da dupla de motociclistas em 13 de janeiro. Os criminosos estariam planejando roubar uma motocicleta e foram ao Parque Municipal João Alberto Xavier da Cruz, em Carazinho, por saber que é utilizado por motociclistas para trilhas.
Quando as vítimas pararam para consertar uma das motos, a dupla atacou. Os assaltantes teriam feito os três se deitarem, mas um deles conseguiu fugir correndo. A circunstância em que os motociclistas foram assassinados é desconhecida.
— Uma das vítimas reconheceu com absoluta certeza os autores do fato. Inclusive, deu detalhes da atuação de cada um deles e quem estava com arma — afirma o advogado Luciano Feldmann, que representa as famílias das vítimas.
Os réus ainda não se manifestaram perante o juiz Guilherme Freitas Amorim, de Carazinho. Segundo Feldmann, a expectativa da acusação é de que o caso seja julgado em primeira instância até meados de maio.
— É uma perda indescritível, com revolta pelas idades deles, todos trabalhando, com famílias, com futuro pela frente. Eles jamais tinham sido se envolvido em qualquer ato delituoso, pessoas que eram verdadeiros exemplos na comunidade — diz Feldmann.
Na última segunda-feira (16), testemunhas de acusação foram ouvidas pela Justiça. Segundo o advogado de Martins, Felipe Farias, o cliente já confessou o crime e está colaborando com a elucidação do latrocínio. Costa é representado Defensoria Pública.
Ato público reúne assinaturas para pedir celeridade ao caso
Neste domingo (22), amigos e familiares das vítimas fizeram ato público na Praça Otto Stahl, em Não-Me-Toque, cidade em que a dupla assassinada morava. A ação se iniciou às 15h e reuniu assinaturas pedindo celeridade na realização da perícia balística.
— Esse ato foi para mobilizar amigos e comunidade. A gente fez um abaixo-assinado porque falta uma prova pericial da balística. Sem essa prova, o juiz não vai se manifestar — afirma Márcia De Meneghi, irmã de Carlos Henrique.
A organização do ato não tem estimativa do número de pessoas que passaram pelo local e da quantidade de assinaturas coletadas.