Os dois homens acusados de matar dois motociclistas que faziam trilha em Carazinho, no norte do Estado, em janeiro, serão ouvidos pela Justiça na segunda audiência de instrução do caso nesta quarta-feira (18). A previsão é que sejam ouvidas, a partir das 9h no fórum do município, as testemunhas de defesa e os réus, Carlos Eduardo Martins e Wuslei da Costa.
Na segunda-feira (16), as primeiras testemunhas foram ouvidas. Nesta quarta, além dos depoimentos, também deve ocorrer a acareação de um dos acusados. Conforme o advogado Ivanor Schneider, representante das famílias das vítimas, um dos réus afirmou não ter envolvimento com o crime. Uma terceira vítima, que escapou da ação dos assaltantes, estará no local para fazer o reconhecimento.
O crime ocorreu no dia 13 de janeiro. Conforme a Polícia Civil, a dupla planejava roubar uma moto e foi ao Parque Municipal João Alberto Xavier da Cruz, em Carazinho, por saber que é utilizado por motociclistas para trilhas. Por volta das 14h30min, eles viram as três vítimas pararem para consertar uma das motos e atacaram. Os ladrões teriam feito os três se deitarem, mas um deles conseguiu fugir correndo. Carlos Henrique Hoppen, 22 anos, e Alexandre Cristiano Soder, 28, foram mortos a tiros.
Dois dias depois, a polícia localizou Martins e Costa em uma casa no bairro São Lucas. Os policiais recuperaram a motocicleta roubada e apreenderam um revólver que teria sido usado naquele dia.
O crime gerou comoção na região. Motociclistas, familiares e amigos das vítimas realizaram um protesto pedindo justiça após a morte dos trilheiros. A manifestação começou na cidade onde ocorreu o latrocínio e foi até Não-Me-Toque pela RS-142, onde moravam Hoppen e Soder.
A emoção tinha um fator adicional: a esposa de Soder estava grávida da segunda filha do casal na época do crime. A menina nasceu no dia 23 de março e deu forças para Suellen Mate, 24 anos, seguir em frente.
— Nada substitui o pai que ele era. O melhor pai do mundo. A saudade e a falta é muito grande, sensação de solidão. Mas Heloísa veio com a missão de iluminar nossas vidas, as meninas são minha força e minha alegria, a parte mais linda dele que ficou — conta a esposa, que ainda é mãe de outra criança de três anos, fruto do relacionamento de nove anos com Soder.
O advogado de Martins, Felipe Farias, ressalta que o cliente confessou e colaborou com a elucidação do crime.
- É um caso, de grande consternação na região, mas é importante que se ressalte que as estigmatizações, sobretudo nas redes sociais, acerca dos acusados fiquem pra fora do processo, afirmou.
Costa, é representado pela Defensoria Pública.