O cerco a assaltantes que atacaram um carro-forte na Serra, entre Bento Gonçalves e Veranópolis, na terça-feira da semana passada (6), completou oito dias na manhã desta quarta (14). Até agora, quatro homens foram presos, outros dois conseguiram escapar e a polícia acredita que dois a três ainda possam estar soltos na região.
Na noite desta terça (13), conforme a Brigada Militar (BM), moradores da localidade de Linha 40 da Leopoldina, no município, avistaram um homem saindo do mato e se escondendo na estrada. Ele tentou abordar um veículo. Os moradores disseram ter ouvido três disparos. Quando a BM chegou ao local, o suspeito se escondeu novamente. Antes disso, na noite do domingo, policiais avistaram um homem em uma casa abandonada, mas ele percebeu a movimentação e fugiu para o mato.
A mobilização de policiais já é uma das mais longas dos últimos cinco anos na Serra. Conforme informações da BM, a operação se equipara em duração ao cerco a criminosos que assaltaram uma fábrica de jóias em Cotiporã no dia 30 de dezembro de 2012. Na ocasião, a ação da polícia virou o ano, durou oito dias ao todo e terminou com um preso, três ladrões mortos e dois policiais feridos. Um dos mortos foi Elizandro Rodrigues Falcão, então um dos assaltantes mais procurados do RS, que liderava uma quadrilha de roubos com uso de explosivos.
Segundo informações do Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Brigada Militar na Serra (CRPO/Serra), houve outros cercos que também se estenderam por vários dias, mas com menor duração.
Em 2013, em Fagundes Varela, a BM manteve um cerco de cinco dias a criminosos que assaltaram duas agências bancárias. No dia 3 de maio, cinco ladrões renderam dois policiais. Após os roubos, fugiram para o mato. Um dia depois, um dos assaltantes foi ferido e preso.
No dia 6, dois outros homens tentaram abordar uma viatura em Cotiporã, próximo ao Rio Carreiro. Houve confronto e um dos homens foi morto; o outro fugiu.
Em fevereiro de 2015, foi feito um cerco de três dias a criminosos que assaltaram o Banco do Brasil de Campestre da Serra, quando foram feitos reféns com uso de cordão humano. Oito pessoas foram presas e R$ 79.350 recuperados.
Em 2016, foram três ocorrências seguidas de cerco policial. A mais longa delas foi em Cambará do Sul, no início de maio, com seis dias de cerco. Criminosos que haviam roubado uma agência do Banco do Brasil em Santa Catarina, no município de Praia Grande, no dia 2 de maio, estavam em fuga na região. Houve confronto e um assaltante foi morto. Seis dias depois, houve novo confronto; outro homem foi morto e dois foram presos. R$ 102 mil foram recuperados.
No mesmo ano, em União da Serra, houve um cerco de pouco menos de um dia a criminosos que assaltaram duas agências bancárias em 5 de maio. Policiais abordaram um veículo com integrantes da quadrilha. Dois homens foram mortos e outros dois foram presos. R$ 33.635 foram recuperados. Em 1º de agosto, em Nova Roma do Sul, houve dois dias de cerco a uma quadrilha que assaltou duas agências. Cinco homens foram presos e parte do dinheiro foi encontrada.
O último cerco prolongado a assaltantes na Serra durou seis dias e foi na metade de 2017, em Campestre da Serra. No dia 3 de junho, criminosos explodiram a agência do Banco do Brasil. O cerco terminou com um morto e três presos. R$ 240 mil foram recuperados, conforme a BM.