A Polícia Civil realiza uma ofensiva contra um grupo criminoso com atuação no tráfico de drogas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. As ações ocorrem na manhã desta quinta-feira (25) em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Esteio e Canoas, na Região Metropolitana. São cumpridas 60 ordens judiciais. Durante o cumprimento de um mandado de busca, em São Leopoldo, os policiais flagraram um homem com duas pistolas e R$ 5 mil em dinheiro. Ele foi preso em flagrante.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, com o sequestro de 12 veículos, além do bloqueio de contas, quebras de sigilo bancário, financeiro, fiscal e o sequestro de todos os bens imóveis de 26 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas. De acordo com o delegado Filipe Bringhenti, que comandou as ações pela Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro, há oito pequenas empresas sob suspeita de terem sido usadas como meio para lavar o dinheiro do tráfico de drogas, além de contas bancárias de "laranjas".
Durante um ano de investigações da Polícia Civil de Bagé, foi identificado o elo entre um traficante, atualmente preso, que atuava a partir do bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, e seria integrante de uma facção criminosa originária do Vale do Sinos, e uma quadrilha que recebia drogas no município da Região da Campanha.
— Verificou-se que depois de encomendada a droga, havia trocas de mensagens entre o distribuidor e o traficante de Bagé, em que eram passadas as ordens para depósitos dos pagamentos em diversas contas bancárias diferentes. Desta forma, o criminoso do Vale do Sinos nunca recebia diretamente o pagamento pela droga. Mais da metade das contas de "laranjas" eram de parentes do suspeito — apontou o delegado.
Conforme Bringhenti, o caminho do dinheiro a partir das contas ainda é apurado pela quebra de sigilos bancários. Na ação desta quinta-feira, a polícia apreendeu documentos e sequestrou bens de todos os suspeitos de serem "laranjas" no esquema.
— Não era um sistema muito sofisticado de lavagem de dinheiro, mas eficaz — aponta o delegado.
Conforme diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE) da Polícia Civil, delegado Cristiano Castro, o objetivo da operação é reunir provas para executar medidas contra os investigados. A polícia ainda não tem estimativa de quanto foi movimentado pelo grupo criminoso.