Uma roupa sofisticada foi usada por agentes do Esquadrão Antibombas da Brigada Militar para analisar uma maleta, suspeita de conter explosivos, deixada em frente ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, na última quinta-feira (21).
Conhecida por traje antifragmentação, a vestimenta é um dos legados da Copa do Mundo de 2014. O equipamento foi adquirido por R$ 120 mil pelo governo federal e encaminhado às cidades que sediaram o evento. Chegou a Porto Alegre para ser usada em incidentes suspeitos, de possíveis atentados.
A roupa pode pesar até 80 kg, devido à presença de uma série de itens de segurança, como uma placa de cerâmica, que funciona como colete à prova de balas.
— Tem proteção balística, térmica e antichamas. O objetivo é mitigar efeitos de uma explosão no operador — explica o comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), Gabriel Hoff.
No capacete, há um sistema de ventilação para reduzir o desconforto do traje, já que o operador acaba transpirando bastante devido ao peso da roupa. E no braço do PM fica um sistema de controle. Por questões de segurança, a BM não revela quantos trajes têm à disposição.
Para operar o traje, o policial militar precisa participar de dois cursos. O primeiro deles é uma especialização em operações especiais, com duração de mil horas-aula, o equivalente a quatro meses. O outro é um curso de explosivista, de caráter técnico, de 250 horas-aula.
Na ação de quinta-feira (21), o policial posicionou um equipamento de raio X ao lado da maleta, distanciou-se um pouco e, logo após, levou a chapa até um veículo de suporte, onde foi digitalizada. Ali foi constatado que na mala só havia gravata, roupas e uma carteira.
Caso fosse detectada uma bomba, os agentes do Esquadrão Antibombas poderiam usar outros recursos. Entre eles, está o emprego de um robô ou o uso de um canhão de água para desarmar a bomba, caso o sistema de acionamento do explosivo estivesse "bem claro", salienta o oficial.
Além de objetos suspeitos, o Esquadrão Antibombas atua na remoção de explosivos que acabaram não sendo detonados em assaltos a bancos, entre outros casos. Hoff observa que o Gate atuou em 96 operações até esta sexta-feira (22). Em 2016, foram 74 casos.