Depois de ouvir as primeiras testemunhas e analisar imagens de uma câmera de vigilância, os investigadores da Delegacia de Homicídios de Gravataí acreditam que pelo menos seis criminosos, armados com fuzis 5.56 e .30, espingarda calibre 12 e pistola 9mm, tenham sido os responsáveis pelo ataque a tiros que vitimou Thaís Pires da Silveira, 24 anos, e Gabriel Mallet de Ataíde, 21 anos, deixando pelo menos 33 feridos, em uma social (festa a céu aberto) que acontecia no bairro Morada do Vale II por volta das 2h30min deste domingo (22).
Eles teriam chegado à Rua Eurico Lara em pelo menos dois carros, tendo como alvo um bar quase na esquina com a Rua Felipe Mate. Ali, efetuaram os primeiros disparos contra homens que estavam no local. De acordo com o delegado Felipe Borba, que investiga o crime, há suspeita de que houve revide. E, em meio ao tiroteio, parte das pessoas que estavam no bar teria corrido em direção à Rua Felipe Mate, onde, quase na esquina, acontecia a festa de aniversário de uma jovem de 25 anos e outras três amigas. Havia pelo menos 200 jovens no local, entre a casa e a rua.
— Eles chegaram gritando: "sai, sai de dentro da casa" para alguns. E para outros, mandavam deitar. Foram atirando contra todos. Uns dois minutos de tiros. Todos correram desesperados — relata um jovem de 19 anos que estava na festa.
Os disparos não pararam na rua. Os criminosos entraram pátio adentro, sempre atirando. A dona da festa foi atingida por um tiro de raspão no ombro esquerdo e precisou ser socorrida.
— Eu nem tentei ver o que acontecia. Quando começaram aqueles estouros de tiros, me escondi debaixo de uma cama e ali fiquei. Quando saí, tinha sangue por todos os lados da casa — diz um dos convidados da festa, de 20 anos.
As formas de tentar escapar foram as mais diversas. Enquanto uns corriam para dentro da casa e se escondiam em roupeiros, atrás da geladeira ou até mesmo sobre os telhados.
— Foi a única escapatória. Vi um lugar que dava para subir e saltei. Quando eu vi, um monte de gente seguiu o mesmo caminho. Comecei a correr pelas casas da rua por cima dos telhados. Só parei quando a correria também parou — recorda o jovem de 19 anos, que escapou sem ferimentos.
As marcas dos tiros ficaram nas portas, paredes e janelas da residência. Além de roupas ensanguentadas que ficaram pelo caminho. A perícia esteve no local, mas a polícia ainda não contabilizou o volume de cápsulas recolhidas na cena do crime.
A suspeita da polícia é de que o ataque tenha partido de integrantes de uma facção criminosa com atuação no bairro São Geraldo, em Gravataí. Horas depois do crime, uma Captiva preta e um Ka branco, que coincidiam com as características descritas por testemunhas, foram encontrados na altura da Parada 76. Os dois veículos serão periciados em busca de sinais que levem aos atiradores.
Se você tem alguma pista que possa ajudar a polícia a esclarecer este crime, denuncie anonimamente pelo 3945-2741, ou pelo Whatsapp da Delegacia de Homicídios de Gravataí: 98608-8876.