João Carlos da Silva Trindade, o Colete, foi morto dentro de casa com diversos tiros na Rua Barão do Amazonas, Vila Maria da Conceição, bairro Partenon, às 12h30min desta quarta-feira. Apontado pela Polícia Civil como um dos principais traficantes da zona leste de Porto Alegre, teve sua ascensão a partir de 2012, após a execução de Juvenil Marques de Souza. Conhecido como Juvenal, era um dos homens de confiança de Paulo Ricardo Santos da Silva, o Paulão, chefe do tráfico na Vila Maria da Conceição e detido desde 2010 na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
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Com a morte de Juvenal, começaram os embates por poder dos subordinados de Paulão e, nestas brigas, Colete, tido como o principal "soldado", foi fazendo aliados, se fortalecendo e ganhando espaço. Um dos capítulos importantes aconteceu em 2 de novembro de 2013, quando Edison Marcelo de Jesus Ferreira, o Mick Jagger, outro dos homens de confiança de Paulão, foi executado com mais de 20 tiros. A partir daí, a frente liderada por Colete teria sufocado a tentativa de retomada do poder por Paulão e assumido o comando do território em 2013.
Outro capítulo emblemático aconteceu em 29 de junho do ano passado, quando Colete compareceu a uma audiência no Fórum Central de Porto Alegre, no bairro Praia de Belas. Na saída, a Brigada Militar tentou abordar dois veículos suspeitos de estarem fazendo a sua escolta. Um Palio, ocupado por três jovens, fugiu em direção à Avenida Erico Verissimo. Logo depois da esquina com a Avenida Ipiranga, o carro colidiu com a mureta do corredor de ônibus e logo foi cercado por cinco viaturas. Houve troca de tiros e um dos suspeitos acabou ferido.
– Sabíamos que outros integrantes da quadrilha estariam fazendo a segurança (do Colete). E nós tínhamos a informação de que outras facções poderiam vir para tentar matá-lo. Fizemos uma operação conjunta – relatou, à época, o comandante da Patrulha Especial do BOE, major Reginaldo Silveira.
Colete acabou autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Com isso, foi encaminhado ao sistema prisional, mas estava em liberdade provisória quando foi assassinado nesta quarta-feira. Colete também era réu em um processo de homicídio. Na sua ficha criminal constam, ainda, tráfico de drogas, lesão corporal, entre outros crimes.