O grupo Armas pela Vida se reuniu na tarde deste domingo no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre, para pedir mudanças na lei do desarmamento, em vigor desde 2003. Esta foi a segunda manifestação do coletivo desde a sua criação, em julho de 2016. O "Ato pelo direito de defesa", como está sendo chamado o evento, contou com a participação de vereadores de Porto Alegre e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP). Conforme a Brigada Militar, 300 pessoas estavam no local às 16h30min. Para a organização, o público era de 500 pessoas. O aposentado Marco Viana, 60 anos, era um deles. Apoiador do movimento, ele compara a violência atual a um massacre.
– O homem de bem está encurralado, estamos em um massacre. Nem é uma guerra, pois apenas um lado está armado – argumentou.
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Embora a maioria estivesse engajada na pauta, houve quem foi lá apenas para ouvir os argumentos:
– Não me convenceram. Sou a favor do desarmamento porque nem sempre a pessoa que irá ganhar a autorização para ter uma arma irá utilizá-la de maneira correta. Inocentes vão continuar morrendo – disse a a advogada Louise Ribeiro, 29 anos.
João Pedro Petek, um dos organizadores do movimento, sustenta que um dos principais objetivos da ação é fazer com que as pessoas que preencham pré-requisitos, como idade mínima, condições psicológicas e treinamento, passem a ter o direito de portar armas.
– Sessenta por cento da população brasileira votou contra o estatuto do desarmamento e, ainda assim, por meio de portarias, o governo federal estabeleceu um desarmamento da população quando colocou a expressão 'efetiva necessidade' no estatuto. Mesmo tendo plenas condições de ter uma arma, a decisão passa por um delegado que avalia se há necessidade ou não – explicou.
Para ele, a "efetiva necessidade" não é um parâmetro objetivo, o que faz com que os delegados neguem a permissão. O grupo promete fazer novas manifestações, sem data definida.
– Estamos lutando para que as pessoas possam optar por ter armas de fogo como forma de defesa – concluiu Petek.