Samuel Meirelles da Silva, de 21 anos, está preso desde o dia 28 de dezembro do ano passado. Isso, no entanto, não tem impedido que ele atualize o seu perfil no Facebook com mensagens religiosas ou para a namorada. O jovem, que está na Penitenciária Industrial de Caxias do Sul (Pics), foi detido após assaltar uma pedestre numa parada de ônibus na BR-116, próximo do Monumento ao Imigrante. Durante a tarde desta quarta-feira, após a denúncia da reportagem do Pioneiro, um celular foi apreendido na cela do suspeito.
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Na primeira postagem feita de dentro da cadeia, Silva publicou uma mensagem em que diz "prisão perpétua é a morte e dela eu volto". O texto foi postado às 17h44min do dia 29 de dezembro, ou seja, menos de 24 horas após ser preso. Cerca de 35 amigos curtiram a publicação, sendo que um deles comentou: "liberdade! Aí, tu vai sai dessa é nois dus meo".
Nos últimos dias, de 30 de dezembro a 2 de janeiro, o detento postou outras sete vezes. Em um dos textos ele diz: "logo liberdade canta, tudo é cobrado, nada passa batido". Silva também fez diversas publicações para a namorada. Inclusive, atualizou a foto de perfil colocando fotos dele com a jovem. A última postagem foi feita no dia 2 de janeiro, às 21h52min. Nela, o jovem postou uma imagem com dizeres religiosos.
Silva, que é natural de Ijuí, não possui antecedentes criminais relevantes. Ele foi preso na noite do dia 28 de dezembro após assaltar uma jovem com a ajuda de um comparsa. Um taxista amigo da vítima perseguiu a dupla até a Rua Conselheiro Dantas, onde Silva foi detido e amarrado.
De acordo com o diretor da Pics, André Gomes, todo detento passa por uma revista antes de entrar no presídio. Ele afirma que, por mais que exista um trabalho para coibir a entrada de celulares, é difícil evitar que essa situação aconteça.
Celular é apreendido
Durante a tarde desta quarta-feira, após a denúncia da reportagem do Pioneiro, uma revista foi realizada na cela 11 A da Pics e um celular foi apreendido pelos agentes da Susepe. A busca foi feita enquanto os detentos estavam no pátio durante o horário de visita. O aparelho estava sem chip.
– Como a cela estava vazia, não há como comprovar que o celular era de algum apenado. Não há uma denúncia formal. A apreensão será registrada na Polícia Civil – aponta o diretor.