O crime que mantém amedrontados os 4,5 mil habitantes de Pinhal Grande, na região central do Estado, completa três semanas sem uma resposta da polícia. Ainda não há informações concretas sobre o paradeiro do agricultor Ariosto da Rosa, 41 anos, que se refugiou nas matas da zona rural do município depois de assassinar a enteada, de 16 anos, um menino de 10 anos e outro adolescente de 17, além de um vizinho de 60 anos.
– O medo permanece. As pessoas, principalmente nas áreas mais afastadas da região central do município, não têm mais a liberdade para cuidar da roça e dos seus afazeres. Infelizmente, ainda vivemos com uma angústia e sem uma perspectiva mais concreta de solução para isso – lamenta o prefeito Selmar Durigon.
Dias depois do crime, ele decretou situação de emergência no município. Para garantir recursos extras, que poderiam manter as buscas por mais tempo em Pinhal Grande, ele precisaria da homologação deste pedido pelo governo estadual que, no entanto, ainda não se manifestou. O resultado, a população já sente.
Depois dos primeiros 15 dias, quando policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e de outras unidades de Santa Maria agiram em constantes buscas pela mata fechada, agora a ação está limitada. Diariamente o comando regional da Brigada Militar designa três policiais militares para reforçar o pequeno efetivo local.
– Nós custeamos todo o alojamento daquele reforço de PMs no período das buscas, mas não havia mais recursos para isso. Nem nosso, nem da Brigada Militar – afirma o prefeito.
Porém, o delegado José dos Santos Araújo, que comanda a investigação, garante que as buscas seguem quando demandadas.
– Ontem mesmo (segunda-feira) o pessoal do BOE nos acompanhou em algumas buscas na mata até o anoitecer. Nós seguimos no rastro deste criminoso em Pinhal Grande e na região – diz o delegado.
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O delegado tem convicção de que Ariosto segue na região.
– Temos algumas informações de que ele possa ter se refugiado em algumas localidades fora da mata. Seguiremos apurando – garante.
Nesta quarta-feira o delegado deve concluir o inquérito da chacina indiciando Ariosto da Rosa pelos assassinatos de Bianca Moraes de Salles, 16 anos, Iran Gonçalves dos Santos, 10 anos, Alex Cardoso, 17 anos, e Afonso Gonçalves, 60 anos . Ele tem prisão preventiva decretada pela Justiça.