O candidato derrotado a prefeito de Campo Bom Francisco dos Santos, conhecido como Chiquinho, do PMDB, foi indiciado pelo crime de incêndio criminoso. A Polícia Civil entendeu que ele forjou um atentado contra o próprio carro durante a campanha municipal, na noite de 18 de setembro, para alavancar a candidatura.
Gesiel Oliveira de Souza, um correligionário que trabalhava para Chiquinho, também foi indiciado pelo crime. A pena vai de três a seis anos, mas ninguém foi preso até o momento, porque, segundo o delegado Clovis Nei da Silva, os indiciados "não têm antecedentes e a pena do delito não é compatível com a detenção".
A investigação identificou como foi montado o crime. Um terceiro envolvido, ainda não identificado, aguardava a chegada do veículo do candidato em casa para cometer o atentado. O cabo eleitoral circulava pela via, monitorando a região. Ele mesmo forneceu o galão com gasolina para o homem que fez o incêndio.
"Foi tudo forjado por interesse em alavancar a candidatura, ganhar mais votos. O próprio cabo eleitoral (Geisel) comprou combustível", relatou o delegado.
Em depoimento à Polícia Civil, o candidato e o cabo eleitoral negaram ter forjado o crime e mantiveram a versão inicial.
O indiciado era secretário municipal de Desenvolvimento Social e Habitação (Sedsh) até o início de 2016. Também foi vereador por quatro mandatos e presidente do partido no município. O atual prefeito, Faisal Karam (PMDB), apoiava a candidatura.
Defesa
Ao ter acesso ao teor do inquérito da Polícia Civil, a defesa do ex-candidato alega que não existe prova material que ligue ele ao fato. Segundo a advogada Franciele Kozlowsky, Francisco dos Santos não tem ligação com o outro indiciado, Gesiel Oliveira de Souza.
A advogada vai defender a tese de falta de provas e deve convocar novas testemunhas na fase judicial.