Depois da superlotação de celas nas Delegacias de Pronto-Atendimento, do uso de viaturas da Brigada Militar para manter presos sob custódia e até do extremo de um preso algemado a uma lixeira em frente ao Palácio da Polícia, na manhã desta quarta-feira uma nova forma de custódia de preso foi vista diante da 2ª Delegacia de Pronto-Atendimento, no Palácio da Polícia. Desta vez, um preso é mantido dentro do micro-ônibus do 21º BPM desde a noite passada. Trata-se de um foragido recapturado pela Brigada Militar que aguarda vaga nesta delegacia ou em algum presídio.
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Mesmo que a medida pareça mais prática do que a perda de diversas viaturas no policiamento ostensivo para manter presos, a comandante do batalhão, tenente-coronel Najara Santos da Silva, garante que a medida é uma excepcionalidade.
– Foi necessário pela falta de viaturas, mas assim que este preso for colocado em alguma cela, o micro-ônibus retornará ao batalhão. Neste momento, este veículo deveria estar sendo usado no policiamento comunitário na região da Restinga, Lami e Belém Novo. Então, na prática, também estamos perdendo uma viatura com esta medida – afirma a oficial.
No começo da manhã, o batalhão tinha três viaturas disponíveis para o patrulhamento de toda a área do Extremo Sul da cidade. Na 2ª DPPA, a Polícia Civil contabiliza dez presos na manhã desta quarta-feira, e na 3ª DPPA, que fica na zona norte de Porto Alegre, são outros sete. A perspectiva, de acordo com o delegado Marco Aurélio Souza, responsável pelas DPPAs, é de que nas próximas horas o detido no micro-ônibus seja absorvido.
Segundo a comandante, o micro-ônibus é uma base comunitária móvel em implantação. Esta, no entanto, não foi a primeira vez que o veículo foi usado para custodiar presos. No dia 22 de outubro, depois de um intenso confronto entre a Brigada Militar e integrantes de uma facção criminosa no Beco do Adelar, zona sul de Porto Alegre, sete presos e três adolescentes apreendidos precisaram permanecer no micro-ônibus até serem levados presos.