A Polícia Civil está tentando localizar para prestar depoimento, ainda nesta terça-feira, uma testemunha do ataque ao vendedor Luiz Fernando Schilling, esfaqueado no Parque da Redenção, no domingo.
Ao saber que a Brigada Militar prendeu dois homens que fizeram um assalto usando faca, nesta manhã, na Redenção, o delegado Abílio Pereira, da 10ª DP, também vai tentar submetê-los a reconhecimento de testemunhas.
Leia mais:
Família e amigos reclamam de demora no atendimento a jovem
"Meu filho morreu protegendo a irmã", diz pai de vendedor morto na Redenção
"Estamos em guerra", diz Schirmer ao detalhar combate a homicídios
No começo da manhã, o delegado havia informado que a primeira testemunha do caso prestaria depoimento somente na quarta-feira. Mas, com a repercussão do caso, o trabalho está sendo acelerado.
Schilling foi esfaqueado no peito na noite de domingo, no Parque da Redenção. Conforme relato inicial de testemunhas, um ladrão teria tentado roubar o celular da irmã de Schilling, e ele teria reagido.
Como não ouviu testemunhas ainda, a polícia ainda não tem detalhes do crime. Sequer sabe o local exato onde ocorreu o ataque, dentro da redenção. O caso foi registrado na noite de domingo no plantão policial do Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde o vendedor morreu depois de ser socorrido.
O delegado Abílio disse que não foram localizadas imagens de câmeras de segurança na região. Uma gravação feita pelo equipamento de uma padaria não é de boa qualidade, segundo o policial.
– Desconfiamos de pessoas que atuam naquele região, usuários de drogas. Já estamos buscando informações com informantes – afirmou Abílio.
A polícia vai identificar e intimar mais testemunhas, além da irmã e dos amigos que estavam com o vendedor na hora do crime.
O sistema 190 da Brigada Militar tem registro de uma ligação na noite de domingo sobre o ataque ao vendedor. Conforme o coronel Mário Ikeda, comandante de policiamento da Capital, uma mulher ligou dizendo que o irmão tinha sido esfaqueado na Redenção. O chamado está gravado.
– A ligação caiu. O pessoal tentou ligar de volta para o número do celular, mas não conseguiu contato. Como perceberam ser um caso grave, duas viaturas foram despachadas, mas não encontraram a ocorrência, pois a pessoa não deu o local exato – explicou Ikeda.
O coronel ressaltou que todos os dias uma viatura com um policial militar faz patrulhamento na Redenção, mais focado na região da Avenida Osvaldo Aranha, que é onde tem maior movimento. Isso ocorre desde que o posto policial do parque foi fechado, em abril.
– Tem um PM que fica na região desde a manhã até por volta das 23h30min. Percebemos, inclusive, redução de ocorrências de furto e roubo naquele local – informou Ikeda.
Conforme o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Marcus Vinicius Gonçalves Oliveira, quando o posto policial foi fechado, havia registro de dois a três assaltos diários em paradas de ônibus na Osvaldo Aranha.
Agora, com a estratégia de o PM circular na viatura, o número caiu para um caso a cada duas semanas. O policial circula conforma a necessidade. Em horário de saída de aula da UFRGS, segundo a BM, ele é deslocado para as proximidades.
– Mas também precisamos da atuação dos demais parceiros. Por exemplo, perto da universidade temos problema de iluminação, o PM mal enxerga a 15 metros, temos árvores que dificultam a visão, tudo isso contribui para a insegurança. Essa ocorrência de domingo até agora não entrou oficialmente no 190 o registro, não sabemos o local que foi. Mas depois da ligação, eu vi pelo GPS, que duas viaturas demoraram menos de um minuto para chegar lá – diz Oliveira.