O Ministério Público Federal (MPF) apresentou acusação contra oito pessoas envolvidas em crimes de recrutamento e promoção de organização terrorista nesta sexta-feira. Eles são suspeitos de integrar o grupo extremista Estado Islâmico (EI) e foram alvo da Operação Hashtag, deflagrada duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro.
Os denunciados são Alisson Luan de Oliveira, Leonid El Kadre de Melo, Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, Israel Pedra Mesquita, Levi Ribeiro Fernandes de Jesus, Hortêncio Yoshitake, Luís Gustavo de Oliveira e Fernando Pinheiro Cabral. Todos responderão por associação criminosa.
Oliveira, Melo, Azevedo, Mesquita e Yoshitake também foram denunciados por incentivar que crianças e adolescentes praticassem atos criminosos. Além disso, Melo responde por recrutamento para organização terrorista.
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Pedido de prisão preventiva
O MPF solicitou a prisão preventiva dos oito denunciados e pediu a aplicação de medidas alternativas a outros seis suspeitos até a conclusão das investigações pela PF. Um deles ainda teve o pedido de prisão temporária prorrogado.
Doze envolvidos na investigação foram detidos no mês de julho e levados para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Monitoramento
Integrado por brasileiros, o grupo denunciado pelo MPF era monitorado pelas autoridades brasileiras há algum tempo a partir do recebimento de um relatório do FBI. Durante o cumprimento da Operação Hashtag, os acusados foram presos em nove Estados (Paraná, Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul).
Através da quebra de sigilo telefônico, os investigadores rastrearam as redes sociais, sites acessados e mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram entre os suspeitos. Segundo as autoridades, eles se comunicavam para convocar pessoas interessadas a constituir um grupo de apoio ao EI, incluindo treinamento no território brasileiro.
Denunciados ofereciam risco à sociedade, diz MPF
O MPF afirma que a denúncia e o pedido de prisão preventiva dos suspeitos evidenciam o risco que os acusados representavam para a sociedade. Conforme as investigações, alguns suspeitos chegaram a realizar o "batismo" no EI, ritual exigido pelo grupo extremista islâmico para a adesão de novos membros.
As autoridades também identificaram mensagens de celular trocadas entre suspeitos sobre a possibilidade de aproveitar os Jogos Olímpicos para realizar uma ação terrorista.
Coletiva
Na tarde desta sexta-feira, o procurador da República Rafael Brum Miron deve fornecer outras informações sobre as denúncias. A entrevista coletiva está prevista para as 15h, na sede da Procuradoria da República no Paraná.