A 22ª Vara Federal de Porto Alegre interrogou três traficantes internacionais de drogas. Dois nigerianos e uma filipina são réus na ação. Os interrogatórios feitos pela juíza Cristina de Albuquerque Vieira ocorreram com a ajuda de intérpretes.
Um nigeriano, que está preso no Presídio Central, e a filipina, que está na Penitenciária Madre Pelletier, foram ouvidos presencialmente. O outro traficante nigeriano, que está preso na Penitenciária de Itaí, São Paulo, foi ouvido por videoconferência.
A dupla de nigerianos negou o tráfico. A filipina admitiu que estava com cocaína na bagagem, mas que não sabia a origem da droga e nem a pessoa que a entregou. Duas testemunhas também foram ouvidas.
Os réus são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de fazer parte de uma quadrilha internacional de drogas composta por nigerianos e com ramificações no Paquistão, com o objetivo de vender cocaína a partir do Brasil. De acordo com a denúncia, um dos nigerianos e a filipina atuariam no esquema como "mulas", enquanto o outro seria encarregado da manipulação e camuflagem da substância em objetos pessoais.
A acusação
Segundo o MPF, em outubro de 2015, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, a Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante a filipina que aguardava para embarcar rumo ao Paquistão. Os agentes relataram que suspeitaram da passageira quando ela comentou que tinha visitado Porto Alegre para turismo, mas quando perguntada não soube dizer quais pontos turísticos havia conhecido ou o nome dos amigos que alegava ter vindo visitar.
Ao revistarem a bagagem da mulher, encontraram dois quilos de cocaína escondidos em pincéis, cápsulas de suplementos alimentares e caixas de chocolates. Através das evidências coletadas na apreensão, incluindo dados de remessas monetárias internacionais, a PF chegou aos dois nigerianos, que tiveram decretadas suas prisões preventivas.
Segundo o MPF, eles teriam recebido diversas transferências, entre R$ 400 e R$ 1,9 mil, remetidas do Paquistão pelo suposto líder da quadrilha.