Doze dias depois de desaparecer na Lagoa dos Patos, o corpo de Marcelo Martins Moreira, 49 anos, foi encontrado na tarde deste sábado. Segundo a Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul, por volta de 11h45min, um helicóptero encontrou o servidor da prefeitura de Porto Alegre 19 quilômetros ao sul de Tapes.
Tio da vítima, Carlos Alberto dos Santos identificou, às 16h, o corpo do sobrinho, que será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Camaquã.
Marcelo estava acampando com a mulher, a aposentada Joceli Ana Pereira, 58 anos, às margens da Lagoa em Tapes. O último contato do casal com uma amiga,foi no final da tarde de segunda-feira, dia 5, por telefone. O corpo de Joceli foi encontrado na tarde da última quinta-feira, na mesma região.
Leia mais:
A espera angustiante de familiares e amigos à beira da lagoa
Jaqueta é primeira pista de casal desaparecido na Lagoa dos Patos
Em seu perfil no Facebook, o único filho de Joceli, João Pereira, 30 anos, agradeceu o apoio dos bombeiros voluntários, moradores das redondezas e de amigos que se mobilizaram nas buscas. Segundo ele, a família optou por esperar a localização de Marcelo para realizar o funeral. A cerimônia será em Porto Alegre, entre domingo e segunda-feira, sem local definido.
João aproveitou para contar um pouco da história da mãe e do padrasto:
– Em abril, a mãe e o Marcelo adquiriram o barco e, desde lá, estavam muito empolgados em conhecer lugares para navegação. Na semana retrasada, eles vieram para Tapes para acampar, navegar e pescar. A paixão pelo acampamento e pela pesca era antiga e compartilhada entre eles. Recentemente, a navegação se somou a esses programas que faziam juntos. A situação em que o acidente aconteceu foi num contexto em que estavam vivendo essas paixões junto à natureza. Os ventos na lagoa costumam ser muito fortes e mudam de direção diversas vezes no mesmo dia, e naquele dia isso aconteceu com mais força ainda. Foi por essas forças da natureza que acabaram naufragando – escreveu ele.
Um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi instaurado pela Marinha do Brasil, com o intuito de apurar as causas, circunstâncias e eventuais responsáveis pelo fato. O prazo de conclusão do IAFN é de 90 dias, podendo ser prorrogado. A Polícia Civil também investiga o caso e trabalha com a hipótese de afogamento.
