No dia em que os agentes da Força Nacional finalmente foram às ruas de Porto Alegre, ZH voltou a percorrer os mesmos 75 quilômetros trafegados no início do mês para verificar a presença de policiais. O resultado foi um número maior de viaturas e militares do que no dia 5 de agosto, quando havia apenas o efetivo da Brigada Militar. Entretanto, a força policial estava presente em menos pontos da cidade.
Os primeiros testes foram feitos na semana em que a Brigada anunciou paralisação em razão do parcelamento dos salários pelo governo estadual.
Nesta terça, foram encontradas oito viaturas, sendo duas da Força Nacional. Dos 18 policiais avistados, sete vestiam as características boinas vermelhas dos agentes nacionais. No teste ZH passado, foram vistos apenas quatro PMs a pé e cinco viaturas.
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A aparente sensação de segurança, no entanto, parece estar concentrada: das 16 vias percorridas nas quatro regiões da cidade, apenas quatro tinham presença policial – o que equivale a apenas 25%. Na checagem do dia 5, havia presença policial em cinco ruas.
Um exemplo disso é que, do total de 18 militares vistos nesta terça-feira, sete deles estavam na Avenida Padre Cacique, junto ao Parque Marinha do Brasil, onde, por volta de 9h30min, tiravam cones das quatro viaturas para iniciar uma barreira. Este também foi o único lugar onde vimos agentes e viaturas da Força Nacional.
Conforme explicou o comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Alfeu Freitas, a estratégia inicial com a incorporação da ajuda da Força Nacional é colocar as equipes mistas em locais estratégicos, conforme os índices de criminalidade. Segundo o tenente-coronel Mário Ikeda, responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), um dos fatores que justificam o maior número de viaturas da Brigada Militar nesta terça-feira em Porto Alegre, no trecho analisado por ZH, é a integração da Força Nacional. Ikeda explicou que precisou remanejar mais guarnições para acompanhar os militares neste primeiro dia de operação conjunta.
– As guarnições da Brigada Militar, não apenas da (Operação) Avante, são remanejadas para determinados pontos da cidade conforme as circunstâncias das ocorrências em determinadas áreas – afirmou Ikeda.
O comandante também ressaltou que o efetivo da Brigada Militar, sem a Força Nacional, é o mesmo que estava nas ruas no dia 5 de agosto, mas que pode parecer mais concentrado e maior pelas demandas identificadas em Porto Alegre nas duas datas.
– A localização do efetivo da Brigada Militar pode mudar constantemente de lugar devido as demandas das regiões. De manhã podem estar mais concentradas em um determinado local e à tarde podem ser remanejadas para outro. Tudo depende da circunstância – reforçou.