Cinco dias de operação contra o uso irregular de agrotóxicos resultaram em oito pessoas presas na Região Central do Rio Grande do Sul. A ação ocorreu em 12 municípios: Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Dilermando de Aguiar, Jari, Mata, Restinga Seca, Rosário do Sul, São Gabriel, Santa Maria, São Pedro do Sul, São Sepé e São Vicente do Sul.
Entre os problemas encontrados estão armazenamento irregular e descarte ilegal de agrotóxicos, gerando mais de R$ 100 mil em pagamentos de fiança. Também ficou constatado que empresas, cooperativas e propriedades agrícolas usavam produtos irregulares ou vencidos, descartavam e queimavam embalagens vazias no ambiente, depositavam materiais inadequadamente e usavam aeronaves para a aplicação dos produtos sem estar em acordo com as normas. Algumas empresas sequer tinham autorização para atuar.
Das 52 aeronaves inspecionadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma foi apreendida e 21 estão suspensas ou interditadas. Também foram apreendidas armas e munição. Além disso, foram registrados 46 autos de infração e 29 notificações. Multas aplicadas pelas irregularidades somam R$ 260 mil, mas o valor pode aumentar já que notificações devem gerar novas multas.
Os materiais apreendidos serão levados para análise do Laboratório de Análise de Resíduos de Pesticidas da Universidade Federal de Santa Maria, onde serão confirmados os tipos de produtos usados. Segundo o coordenador do laboratório, Renato Zanela, existem muitos tipos de agrotóxicos que têm uso proibido no Brasil por causarem danos ao meio ambiente e à saúde dos consumidores, que podem desenvolver câncer por causa das substâncias.
A ação teve envolvimento do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Delegacia de Polícia de Proteção ao Meio Ambiente, Anac, Ibama, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Fundação Estadual de Proteção Ambiental e Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.