Assim como no ano passado, a crise financeira levou o governo federal a enxugar o orçamento e reduziu a verba para a Operação Ágata 11, iniciada na segunda-feira. No entanto, neste ano, o Rio Grande do Sul voltou a ser incluído na maior mobilização realizada para combater crimes na fronteira do Oiapoque ao Chuí, por terra, ar e água.
A redução no investimento, de 75% – ao invés dos R$ 3 milhões previstos, foram destinados R$ 700 mil –, não foi repassada proporcionalmente ao efetivo. Por já terem agentes nessas regiões, as Forças Armadas enviaram à fronteira gaúcha 3,5 mil militares – cerca de 40% menos do que o projetado.
– Claro que não é o ideal, mas estamos trabalhando de forma integrada, com serviço de inteligência e acompanhamento online em tempo real, e acredito que cumpriremos o objetivo – afirmou o general Edson Leal Pujol, responsável pela coordenação do Comando Militar do Sul (CMS), que reúne RS, Santa Catarina e Paraná.
Leia mais:
Referência para a região sul, simulador do Exército é ativado em Santa Maria
Exército fiscaliza explosivos ante proximidade das Olimpíadas
Preso por facilitar contrabando, Japonês da Federal vai usar tornozeleira
Criada em 2011, a parceria entre Exército, Marinha e Aeronáutica com organismos como Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Civil e Brigada Militar tem como objetivo reprimir o tráfico de drogas e o contrabando de armas, entre outros crimes, na fronteira do Brasil com 10 países.
Na apresentação da 11ª edição da operação, na manhã desta quarta-feira, o chefe do Centro de Comando da operação, coronel Newton Bochi, destacou que o maior legado da Ágata não está nas apreensões ou prisões realizadas durante a força-tarefa.
– O maior ganho está no conhecimento adquirido, tanto do modus operandi e das rotas dos criminosos, quanto no aprimoramento do trabalho conjunto entre os órgãos – disse Bochi.
Com isso, segundo ele, os resultados acabam aparecendo com maior intensidade nos meses seguintes à Ágata. Neste ano, a operação ganha ainda mais importância, pois ocorre às vésperas dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Uma das tarefas, por isso, é o combate ao terrorismo.
– Já temos feito isso de forma sistemática, mas com a fiscalização de veículos e materiais, e a identificação de possíveis pessoas não autorizadas acabamos intensificando esse trabalho – relatou o comandante Pujol.