Crianças com vagas compradas pela prefeitura em uma escola infantil da zona sul de Caxias do Sul estão sendo transferidas para outras instituições da cidade. A creche particular foi rebaixada de categoria por não atender requisitos mínimos e será descredenciada. Irregularidades foram encontradas durante uma fiscalização da Secretaria Municipal da Educação na tarde desta terça-feira (21).
A equipe da Smed esteve na escola após receber denúncias de abuso sexual contra algumas crianças e encontrou professores sem qualificação mínima exigida para atuar com educação infantil. Além disso, havia apenas quatro pessoas para cuidar de 48 alunos e as refeições oferecidas não estavam de acordo com o cardápio. Do total de crianças matriculadas, 30 tem as vagas pagas pela prefeitura.
A presidente do Conselho Municipal de Educação, Glaucia Helena Gomes, reforça que a transferência de crianças com vagas compradas, encaminhadas pela Defensoria Pública ou pelo projeto Mão Amiga, está sendo feita por causa da irregularidades encontradas e não pela suspeita de violência sexual.
"Esses pais que têm filhos nessa escola deverão procurar a Secretaria de Educação para que escolham outra escola para fazer a sua transferência em virtude das irregularidades encontradas que vão na contramão da resolução 15, que prevê profissionais habilitados, com no minímo magistério ou Pedagogia, e lá se encontram pessoas atendendo as crianças com ensino médio ou terminando o ensino médio", explica.
Cinco denúncias de abuso sexual estão sendo investigadas pela polícia. Conforme o delegado Joigler Paduano, responsável pelo caso, boletins de ocorrência foram registrados contra o marido da proprietária da escolinha. Os dois foram ouvidos hoje pela manhã e negaram as acusações. Conforme as ocorrências, os crimes teriam sido cometidos contra crianças entre um ano e nove meses e cinco anos. Segundo o delegado, não há relatos de conjunção carnal, mas, sim, de atos libidinosos.
"Ele negou os fatos e disse que não sabe o motivo dessas denúncias. Agora, a gente vai tentar obter a relação de todas as crianças da escola. Vamos fazer contato com todos os pais para saber se, por acaso, alguma dessas crianças não efetuou algum relato sobre esse tipo de agressão aos pais. Se a gente identificar alguma criança, ele será reinquirido", acrescenta Joigler.
Gaúcha
Escola infantil de Caxias do Sul é descredenciada pela prefeitura e investigada pela polícia
Secretaria de Educação encontrou profissionais sem capacitação e polícia apura denúncias de abuso sexual
Juliana Bevilaqua
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