A titular da 17ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, Carmen Kátia Régio, estima que mais de cem pessoas tenham sido lesadas pelo golpe do aluguel. Um apenado do Presídio Central é quem comandava o esquema. Do lado de fora, ele contava com a ajuda de uma comparsa. Entre os lesados, estão pessoas que trabalhavam para o criminoso e que não sabiam que tratava-se de um golpe e os que pagavam pelos falsos aluguéis de apartamentos. A delegada conta que as facilidades oferecidas pelo criminoso é que atraíam as vítimas.
"Os aluguéis eram bem mais baratos que o mercado e não havia a burocracia que é normal num contrato de aluguel", afirma a delegada.
O golpe funcionava da seguinte forma: o detento e sua comparsa contratavam pessoas para buscar chaves de apartamentos em imobiliárias como se estivessem interessados nos aluguéis. De posse delas, faziam cópias e ofereciam os apartamentos em anúncios de jornais e na internet. Depois de ver os imóveis e manifestar interesse, as vítimas assinavam contratos falsos que eram confeccionados pelo criminoso.
"A comparsa avisava o detento do interesse das vítimas nos apartamentos e ele confeccionava contratos de aluguel, enviando o documento (por e-mail) para a comparsa, que apresentava às vítimas para assinatura", ressalta a delegada.
O número de vítimas do golpe do aluguel pode ser ainda maior que o estimado, já que os registros de ocorrências são feitos nas regiões onde o falsário oferecia os apartamentos. O criminoso que comandava o golpe de dentro do Presídio Central cumpre pena de mais de 40 anos por diversos crimes, entre eles, roubo. A comparsa dele foi ouvida pela Polícia e vai responder em liberdade. O prejuízo de cada vítima foi de cerca R$ 3 mil, valor equivalente a alguns meses de aluguéis adiantados.