O advogado criminalista Aury Lopes Jr. falou em entrevista ao programa Gaúcha Repórter desta terça-feira (13) sobre os próximos passos do caso Bernardo. No inquérito entregue pela Polícia Civil à Justiça nesta manhã, foram indiciados o pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e sua amiga Edelvânia Wirganovicz. Segundo o criminalista, os indiciados devem permanecer presos, mas o processo deve demorar para ser concluído.
Aury Lopes Jr. explicou por que Leandro Boldrini foi indiciado pela morte do menino. Segundo ele, a delegada Caroline Bamberg se baseou em "pontos circunstanciais" que o vinculam ao caso. Porém, ele garante que "não há uma prova clara, inequívoca e cabal" sobre a participação dele no planejamento do crime.
Sobre o processo, o criminalista explicou que o Ministério Público terá cinco dias para oferecer a denúncia, solicitar investigações complementares ou o arquivamento do caso. Para ele, o mais provável é que o MP opte pela acusação. A partir daí, podem ser indiciadas mais, menos ou as mesmas pessoas. O juiz que trabalhará o caso irá receber o relato e, então, vai ouvir testemunhas e indiciados para decidir se o caso será mandado a juri popular.
Os três indiciados devem permanecer detidos, mas não mais sob prisão temporária. O MP já deu parecer favorável para que seja decretada a prisão preventiva. Com isso, não há uma data limite para a soltura dos acusados.
Veja o que diz o criminalista Aury Lopes Jr. sobre o indiciamento:
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
De acordo com o pai, o garoto havia retornado com a madrasta de uma viagem a Frederico Westphalen, no dia 4 de abril, onde iriam comprar uma televisão. Bernardo teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Ele deveria voltar no final da tarde do dia 6, o que não ocorreu. No mesmo dia, o pai ligou para a rádio Farroupilha, pedindo ajuda para encontrar Bernardo, a quem se referiu como "esse menino".
Após dez dias de investigações, foram presos o pai, a madrasta e uma amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, que confessou à polícia ter participado do crime. A suspeita é de que o menino tenha sido morto com uma injeção letal.
No dia 10 de maio foi preso o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz. Segundo testemunhas, ele foi visto nas proximidades do local onde o corpo foi encontrado. A suspeita da polícia é de que ele tenha ajudado a abrir a cova.