Os óleos essenciais estão presentes em diversos produtos, de cremes a aromatizantes de ambiente e são muito utilizados com fins terapêuticos. Mas apesar das propriedades naturais dos óleos essenciais, isso não significa que seja inofensivo.
– Apesar de natural, o óleo essencial pode ser uma bomba – alerta a naturóloga Lúcia Fernandes Bonito.
Quando aplicado sobre a pele em dosagem inadequada, o produto, dependendo da planta originária, teria a capacidade de causar dermatite ou alguma reação alérgica. A exposição contínua a grandes quantidades de óleos poderia ainda acelerar a circulação e alterar a pressão arterial. Por isso, é importante somente fazer uso desses produtos com orientação profissional.
– Todo óleo tem um grau de toxidade. Alguns não agridem a pele, mas outros podem até queimar – informa o terapeuta naturista Fábio Pimentel.
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Sugerindo a aplicação cuidadosa de óleos, o profissional exemplifica que, ao cortar uma fruta cítrica, sua acidez pode ser sentida na pele. Sair com os dedos cheios de suco de limão sob um forte sol de verão é fazer um convite à queimadura na pele. E propriedades como essa existem também nas plantas: sair na rua de dia depois de aplicar um óleo com características cítricas vai desencadear um processo de fotossensibilidade, provocando ardência.
Crianças e gestantes devem ter mais cuidado
A principal recomendação, contrariando o que propõem algumas receitas caseiras divulgadas online, é não ingerir esses produtos. Tal indicação, se ao menos for sugerida por profissionais – o que geralmente não acontece –, só deve ser seguida com orientação médica. E, assim como acontece com os remédios, não se recomenda que óleos essenciais sejam utilizados como "automedicação".
– Tem pessoas ingerindo óleo essencial para tratar azia, ou contra a ansiedade. O óleo aplicado diretamente na mucosa causa problemas, leva a uma queimação em todo o trato digestivo, desde a boca, o que pode piorar muito se a pessoa tiver úlcera, por exemplo. Na aromaterapia, existem casos reportados de óbitos por conta de ingestão de óleo essencial – explica Lúcia.
Há ainda contraindicação de alguns óleos para gestantes e crianças pequenas, pelo menos até três anos. Isso, inclusive, para uso tópico e inalação. Para quem busca as alardeadas propriedades calmantes ou revigorantes desses produtos, a recomendação é procurar um aromaterapeuta para orientar o que pode e o que não pode ser utilizado em cada caso.
Outro cuidado necessário é quanto à exposição de crianças e animais aos óleos essenciais. Gatos, em especial, seriam bastante sensíveis à inalação desses produtos – mesmo aqueles óleos considerados mais leves, como a lavanda –, e não devem ficar trancados em um recinto onde haja difusão dos óleos de plantas.