Um novo exame de sangue poderia detectar o câncer de pâncreas nas primeiras etapas de desenvolvimento, proporcionando esperança para tratar de forma mais eficaz este tumor agressivo que com frequência é diagnosticado tarde demais, segundo um estudo publicado na quarta-feira na revista Science Translational Medicine.
– Ter um biomarcador para esta doença poderia mudar radicalmente as perspetivas para estes pacientes. A detecção precoce dos tumores tem um impacto importante na redução da mortalidade de muitos tipos de câncer, incluindo os de cólon, mama e colo do útero – apontou o coautor do estudo Robert Vonderheide, diretor do Abramson Cancer Center na Universidade da Pensilvânia.
Leia mais:
Descoberta nova forma de detecção precoce de câncer no pâncreas
Utilizando tecnologia de células-tronco para criar uma linha de células de um paciente com câncer de pâncreas avançado, os pesquisadores foram capazes de retroceder na progressão da doença. Ao fazer isso, encontraram dois biomarcadores associados com as diferentes etapas da progressão deste câncer.
Um biomarcador conhecido como trombospondina-2 em combinação com outro biomarcador do sangue, o CA 19-9, presente nas etapas finais do câncer de pâncreas, "permitiram identificar de forma consistente e correta todas as etapas do câncer", disse o autor principal do estudo, Ken Zaret, diretor do Instituto Penn para a Medicina Regenerativa.
A combinação destes dois biomarcadores "identificou as primeiras etapas de desenvolvimento do tumor de forma mais eficaz do que qualquer outro método conhecido", acrescentou.
A população alvo deste novo exame de sangue são as pessoas com antecedentes familiares de câncer de pâncreas, as que têm predisposição genética à doença ou aquelas que desenvolveram diabetes após os 50 anos.
– Infelizmente, as pessoas com câncer de pâncreas com frequência são diagnosticadas tarde demais para serem operadas e tratadas de maneira eficaz – completou.
Atualmente, quatro de cada cinco pacientes morrem durante o primeiro ano posterior ao diagnóstico, e só 5% continuam vivos após cinco anos.
* AFP