Os malefícios do consumo de álcool durante a gestação são descritos na ciência desde 1973. Na época, especialistas relacionaram a ingestão de bebida pelas mães com problemas cognitivos, comportamentais e no desenvolvimento do cérebro. De lá para cá, diversos estudos investigam essa relação perigosa. O mais recente foi publicado no último dia cinco, no periódico JAMA Pediatrics. Ele revelou uma associação entre a exposição pré-natal ao álcool e alterações no desenvolvimento facial dos bebês.
Realizada na Austrália, a pesquisa escolheu bebês que tiveram baixa, moderada ou alta exposição à substância durante o primeiro trimestre de gestação. Ao todo, foram analisadas 415 crianças brancas (195 meninas e 220 meninos) através de imagens craniofaciais tridimensionais feitas aos 12 meses de idade.
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Observou-se uma relação consistente entre o consumo de álcool na gravidez e o formato craniofacial das crianças, independente do no nível e período de exposição. As principais diferenças foram encontradas no meio do rosto, nariz, lábios e olhos. Algumas das mudanças apontadas pelos pesquisadores foram o nariz encurtado com a ponta arrebitada.
– Os resultados mostram que há algum efeito (no desenvolvimento facial), embora sutis – disse a líder do estudo, Jane Halliday, à publicação New Scientist, acrescentando que essas alterações podem não ser duradouras, afinal, o rosto das crianças muda bastante nos primeiros dois anos de vida.
Como conclusão, os pesquisadores sugerem a eliminação completa de bebidas alcoólicas na gestação, pois os resultados apontam alterações mesmo quando os níveis de consumo são baixos.