Talvez você nunca tenha ouvido falar em cães braquicefálicos, mas com certeza conhece aqueles focinho "achatado", como pugs, buldogues e shihtzus. A característica natural dessas raças foi, ao longo dos anos, sendo reforçada pelo homem por meio de cruzas estratégicas, o que acabou prejudicando a saúde dos animais, especialmente a de seu sistema respiratório.
De acordo com o médico veterinário Luiz Antonio Scotti, membro da Comissão de Ética e Bem-estar Animal do Conselho Regional Medicina Veterinária do RS, esse formato prejudica as funções fisiológicas do focinho, que precisa levar o ar até o aparelho respiratório inferior, filtrá-lo e aquecê-lo. Por isso, é preciso ter alguns cuidados com esses cachorros em dias muito quentes.
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– O focinho curto faz com que o ar quente entre de uma forma muito rápida, chegando aos pulmões em temperatura alta. Isso pode levar a hipertermia – explica o especialista.
Ou seja, quando expostos a muito calor, esses animais podem superaquecer, pois o sistema respiratório não consegue dissipar o calor. Se não cuidado, o aquecimento interno pode levar à falência de órgãos e à morte.
Para evitar o problema, Scotti dá as seguintes dicas:
– Não exercite o animal entre 10h e 16h. Nem pequenas caminhadas são indicadas.
– Se o cão ficar em canil, garanta que o local tenha boa ventilação e cobertura solar
– Caso o animal fique dentro de casa, mantenha ele em locais frescos, inclusive com ar-condicionado ligado
– Coloque pedras de gelo na água do pet
– Cães com pelos longos devem ser tosados no verão
– Cuide da dieta do cão. Animais obesos apresentam mais problemas
Mesmo com todos os cuidados, é preciso estar atento aos sinais que podem indicar hipertermia:
– Ficam muito ofegantes
– Colocam a língua para fora e salivam muito
– Deitam com as patas traseiras para trás, tentando resfriar o abdômen
– Ficam apáticos e tristes
Nestes casos, a orientação é levar o cachorro imediatamente para o veterinário para análise do quadro e possível intervenção.