Muitas vezes, eu também não tenho esta resposta.
Quero falar da qualidade dos alimentos. Pensar em alimentos saudáveis é fácil, e todos têm noção. Fruta é melhor que biscoito, feijão é melhor que refrigerante. Até aí, ok, mas quero provocar um pouco mais.
Sei que vivemos na correria e recorremos a alimentos práticos para facilitar a vida e ganhar tempo, mas, sem radicalismos, podemos ter cuidados que ajudam muito.
Carne de gado, peixe, frango ou porco? O gado recebe medicações e rações diferentes da época em que só pastava, isto interfere na composição da carne. O frango e o porco também. Quanto mais consomem soja e milho, mais resíduos de agrotóxicos que ninguém controla. O peixe? É de cativeiro? Come ração. Não come algas que aumentam o teor de ômega 3, mas também não é contaminado com a água suja dos rios e até de alguns locais mais poluídos do oceano. Peixes pequenos como a sardinha ainda são boa opção. O que fazer? Variedade, inclusive com ovos, queijos e grãos como fontes proteicas. Em outras épocas, dizíamos que comer peixe era mais saudável. Hoje, quem pode garantir a qualidade?
Alimentos integrais ou refinados? Integrais têm mais nutrientes e menor velocidade de liberação de açúcar no sangue, o que é ótimo para a saúde. Mas os integrais podem conter mais fungos e microtoxinas, e mais agrotóxicos nas cascas, o que também impede a absorção de alguns nutrientes. Os refinados não têm nutrientes, mas têm menos impurezas.
Leite de vaca, soja ou de cereais? Aqui, podemos pedir socorro? De qual leite de vaca estamos falando? Da vaca do fundo de quintal que pasta ou da vaca que recebe hormônios para não parar de produzir um leite que é adulterado no transporte e que vem dentro de uma embalagem com resíduos químicos? Em qual marca podemos confiar? O leite da soja que é cheia de agrotóxicos ou de cereais com preços absurdos?
Castanhas, amêndoas, nozes ou amendoim? Alimentos maravilhosos, mas caros, aos quais nem todos têm acesso. Sugestão: compre-os frescos em pequenas porções e mantenha na refrigeração. Facilmente desenvolvem fungos, parecendo que alguém acrescentou sal de cozinha, mas é fungo mesmo, dá gases, fermenta, altera a flora bacteriana do intestino. Ah, pães mofados dentro do saquinho também devem ser descartados. Quanto ao amendoim, rico em nutrientes, mas principal fonte de aflatoxina, cancerígena. Logo agora que a pasta de amendoim virou moda?
Óleos e gorduras? Sugiro rodízio dentre os óleos vegetais, evitando o óleo de girassol pelo maior teor de ômega 6, que consumimos em excesso. Óleo de coco em algumas preparações, como bolos, mas é caro. Azeite de oliva extra virgem para saladas e legumes. Manteiga se sua saúde estiver ok. Porém, o corpo precisa de gordura. Procure obtê-la como componente de alimentos como abacate, coco, peixes pequenos, gema do ovo etc.
Frutas e vegetais, excelentes fontes de nutrientes e antioxidantes, mas muitas vezes cheios de veneno também. Se possível, consuma orgânicos ou da safra atual, evitando amadurecimento em estufas. E dá-lhe bergamota no inverno!
Ficaram em dúvida? Desculpa, eu também fico.
Muitas vezes, confundimos qualidade de preparo com qualidade de matéria-prima. Um salada simples, variada, com azeite de oliva, alimenta mais do que aquele prato com molhos artificiais preparado com temperos prontos e óleo de péssima qualidade ou reaproveitado. Até um prato requintadíssimo pode ser uma armadilha, ainda bem que existem cozinheiros confiáveis por aí.
Bons ingredientes e bom preparo. É por aí!
Não confia no restaurante? Coma em casa, leve de casa para o trabalho. Mas não se iluda que aquele pacotinho com rótulo de saudável, natural, possa substituir qualquer alimento ou tempero que a natureza lhe ofereça.